Novo escore prognóstico para pacientes com insuficiência cardíaca aguda

Um estudo testou um novo escore para pacientes com insuficiência cardíaca aguda. A pesquisa foi realizada em 9 hospitais e recrutou 1983 pacientes. Confira os resultados

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A insuficiência cardíaca é uma das principais doenças na emergência. Ao final do processo de avaliação clínica e laboratorial, o médico decide se o paciente deve ter alta, ficar em observação ou ser internado. Quando a fração de ejeção vem <40%, essa decisão com frequência traz insegurança e riscos se a decisão for equivocada. Como proceder então?

Médicos do Canadá publicaram um estudo validando um escore para pacientes com insuficiência cardíaca aguda na emergência. A pesquisa foi realizada em 9 hospitais e recrutou 1983 pacientes, usando dois escores: EHMRG7 e EHMRG30-ST, que predizem, respectivamente, o risco de morte em 7 e 30 dias após o atendimento emergencial.

Quais variáveis fazem parte do escore?

  1. Idade
  2. Chegada de ambulância (vs meios próprios)
  3. PA sistólica na triagem
  4. FC
  5. Oximetria
  6. Potássio sérico
  7. Creatinina sérica
  8. Troponina
  9. Câncer “ativo”
  10. Uso prévio tiazídico*
  11. Infra-ST (esse dado só entra no EHMRG30-ST)

*O diurético avaliado no estudo foi Metolazone, um tiazídico não disponível no Brasil.

O que o estudo mostrou?

Esse escore foi eficaz em predizer o risco de morte e, o principal, muito melhor que a estimativa dos médicos. Com base apenas subjetiva, os emergencistas superestimaram o risco nos pacientes basais e subestimaram nos mais graves.

Leia mais: Estudo de mundo real confirma benefício do CardioMEM na insuficiência cardíaca [ACC 2019]

Pelo novo escore, os pacientes foram categorizados em 5 níveis e o risco de morte foi:

Categoria 7 dias 30 dias
1 0% 0%
2 0% 1,9%
3 0,6% 3,9%
4 1,9% 5,9%
5 3,9% 14,3%

Há outros escores “rivais”?

Sim, até o momento há o “Ottawa Heart Failure Risk Scale” e o MEESI, espanhol. Ambos foram validados em mais de uma população e não há comparação ainda de qual o melhor.

O que falta para uso clínico?

Um estudo mostrando que, usando o escore, o tratamento e as decisões médicas são alteradas a ponto do paciente ter melhor desfecho. Uma coisa é o escore predizer melhor o risco de morte, outra é se usando ele as decisões ficam melhores.

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Referências:

  • Prospective Validation of the Emergency Heart Failure Mortality Risk Grade for Acute Heart Failure
    Douglas S. Lee, MD, PhD, Jacques S. Lee, MD, MSc, Michael J. Schull, MD, MSc, Bjug Borgundvaag, MD, PhD, Marcia L. Edmonds, MD, MSc, Maria Ivankovic, MD, Shelley L. McLeod, MSc, Jonathan F. Dreyer, MD, Sam Sabbah, MBBS, MSc, Phillip D. Levy, MD, MPH, Tara O’Neill, BES, Alice Chong, BSc, Therese A. Stukel, PhD, Peter C. Austin, PhD, Jack V. Tu, MD, PhD

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