A liberação do novo tratamento da Hepatite C pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema de Saúde (Conitec) mudou totalmente o tratamento da hepatite C e o prognóstico da doença. O interferon e ribavirina serão substituídos em breve por daclatasvir, sofosbuvir e simeprevir, antivirais inibidores de RNA-polimerase e protease.
O novo e revolucionário esquema terapêutico para a hepatite C, com taxa de cura de incríveis 90% e curso de tratamento de apenas 3 meses também apresenta outras vantagens, como menor perfil de efeitos adversos e maior tolerância do que seus antecessores terapêuticos. Pacientes com doenças crônicas avançadas, anemia grave, doença coronariana e outros, que não eram elegíveis ao tratamento com interferon e ribavirina, passarão de 0% para 90% de cura.
O Brasil está sendo um dos pioneiros no uso da medicação, que pode beneficiar 15 mil pacientes já no primeiro ano de liberação. Estima-se que 1,4-1,7 milhões de brasileiros já tiveram contato com o vírus, sendo potenciais portadores crônicos, e, por ser uma doença silenciosa, muitos destes estão desenvolvendo a doença de maneira assintomática. Sendo assim, junto da liberação do novo tratamento, o Ministério da Saúde pretende incentivar a testagem para detecção precoce da doença.
O que parece um grande gasto para o Ministério da Saúde, R$ 500 milhões de investimento só em 2015, pode se traduzir em uma bela economia em internações futuras, transplantes hepáticos e manejo terapêutico ambulatorial das centenas de milhares de pacientes que desenvolvem cirrose e carcinoma hepatocelular pelo vírus.