O aumento das cirurgias robóticas no Brasil e os seus benefícios para os pacientes

A cirurgia robótica está crescendo no Brasil. Desde 2008, quando o país iniciou o uso de robôs cirúrgicos, já foram realizadas mais de 5 mil cirurgias.

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Um dos métodos menos invasivos existente no mundo, a cirurgia robótica está em amplo crescimento por aqui. O país iniciou o uso de robôs cirúrgicos desde 2008. Até hoje já foram realizadas mais de 5 mil cirurgias no país, segundo dados da H. Strattner, empresa que comercializa o equipamento no Brasil.

Até o momento, as especialidades médicas que mais se beneficiam da cirurgia robótica são a urologia, ginecologia e a cirurgia do aparelho digestivo.

A tecnologia amplia a imagem do campo cirúrgico em visão tridimensional. Além de proporcionar movimentos articulados diversos, permitindo uma melhor qualidade cirúrgica.

Por ser menos invasiva, essa cirurgia possibilita inúmeras vantagens ao paciente: menos dor, traumas ou complicações, sangramento reduzido, alta precoce e retorno às atividades normais antecipadamente.

Entre os pioneiros em cirurgia robótica no país está o urologista Sandro Faria, que já realizou mais de 2 mil procedimentos usando a técnica. O especialista divide o seu atendimento entre os hospitais Albert Einstein e Vera Cruz, em São Paulo e Campinas, respectivamente.

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Precisão nos resultados

Segundo o médico, os benefícios da cirurgia robótica se devem ao excelente nível de precisão nos movimentos. Para a realização de uma prostatectomia, por exemplo, são necessárias apenas quatro incisões medindo 1 cm cada um, enquanto na forma convencional o corte mede 20 cm.

“A cirurgia robótica pode ser comparada à assertividade de uma videolaparoscopia, só que conduzida por robô. Por isso, com este método a recuperação do paciente é muito mais rápida em todos os tipos de cirurgia.”, compara Sandro Faria.

No caso de uma prostatectomia robótica, ainda é possível aumentar o índice de sucesso em relação à manutenção da continência urinária e da potência sexual. A contenção da urina apresenta praticamente 0% de alteração e, no que se refere à preservação dos nervos responsáveis pela ereção, o êxito gira em torno de 80% a 90%, em relação aos bons resultados entre 20% e 30% na cirurgia tradicional.

“Em cirurgia urológica, temos melhores desfechos na continência urinária e na função sexual.”, conta o médico.

A única desvantagem, segundo ele, é que a cobertura do plano de saúde ainda é parcial e praticamente indisponível no SUS (Sistema Único de Saúde).

Curso de capacitação em Cirurgia Robótica

Sandro Faria (especializado na técnica na Emory University, em Atlanta, nos Estados Unidos) foi um dos pioneiros no uso de robô em procedimentos cirúrgicos. Por isso, é convidado pela fabricante do Robô Da Vinci e por hospitais de todo o país para capacitar médicos iniciantes. Ele faz a capacitação em intervenções relacionadas a câncer de próstata, tumor renal e hiperplasia prostática benigna.

Segundo o urologista, não existe nenhum curso com formação completa no Brasil. O treinamento é realizado por hospitais que já possuem o equipamento com suporte de cirurgiões com grande experiência (proctor). Os médicos a serem treinados são selecionados por estes hospitais.

O aumento do número de robôs deve ocorrer gradualmente na medicina. Isso ocorre com a elevação da oferta de fabricantes de equipamentos e a redução de custos, uma vez que um robô pode custar até R$ 35 milhões.

“A prostatectomia radical robótica revolucionou o resultado da função erétil e da potência sexual quando comparada ao método aberto antigo e até mesmo laparoscópico. Quebrou o tabu que cirurgia para câncer de próstata era significado de disfunção erétil e risco significativo de incontinência urinária. Contudo, ainda é necessário uma experiência significativa para otimizar os resultados. A curva de aprendizado é individual e é maior que o geralmente preconizado pela indústria. A prostatectomia é uma cirurgia de muitos passos e dissecção delicada da inervação”, destaca Sandro Faria.

 *Esse artigo foi revisado pela equipe médica da PEBMED

 

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