O enfermeiro e a gestão da dor: bases para a prática profissional

Qual o papel do enfermeiro na gestão da dor?IASP elaborou o Core curriculum, que define qual o conhecimento necessário para cada profissional nesse sentido.

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Todos os seres humanos passam por experiências dolorosas ao longo da vida. Elas, por si só, são necessárias para o desenvolvimento da criança, alerta de alguma desordem orgânica ou, até mesmo, como importante limitador para prevenir lesões de maior complexidade. O grande problema é quando essa dor não cessa rapidamente, tornando-se parte do cotidiano das pessoas, quando sua intensidade é muito alta ou quando não traz consigo nenhum benefício para o indivíduo.

A International Association for Study Pain (IASP) define a dor como uma “experiência sensorial e emocional desagradável, associada a uma lesão tecidual real, potencial ou descrita nos termos dessa lesão e que a inabilidade de senti-la não exclui que esteja precisando de alguma intervenção para o seu alivio”.

As experiências dolorosas devem, sempre que possível, serem evitadas. Nem sempre é possível evita-las, mas sempre devem ser tratadas com as intervenções mais adequadas às características da dor, quadro do paciente e histórico e preferências do paciente.

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Para uma gestão adequada da dor, sobretudo no ambiente hospitalar, o enfermeiro e toda a equipe de enfermagem são peças-chave, pois são os profissionais que realizam a maior quantidade de procedimentos com o paciente além de, eventualmente, serem aqueles identificados como os profissionais que os pacientes mais confiam.

A IASP, a Sociedade Brasileira do Estudo da Dor (SBED) e outras entidades recomendam que a dor receba a mesma importância que os sinais vitais, sendo incluída na rotina institucional de medição dos sinais vitais.

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Mas afinal, qual a importância do enfermeiro na gestão da dor?

Para responder esse questionamento a IASP elaborou o Core curriculum, que define qual o conhecimento necessário para cada profissional da equipe na gestão da dor, aqui trazemos alguns apontamentos:

  • Articular os conhecimentos sobre anatomia, fisiologia, farmacologia, psicologia e sociologia na avaliação e tratamento de pessoas com dor;
  • Conhecer os recursos farmacológicos e não farmacológicos para gestão da dor;
  • Identificar as características da dor (aguda ou crônica; nociceptiva, psicogênica, visceral ou neuropática; intensidade entre outras características);
  • Conhecer as implicações biopsicossociais da dor;
  • Ter domínio das evidências científicas sobre a identificação adequada da dor;
  • Saber selecionar as melhores ferramentas de acordo com as características individuais do paciente, características fisiopatológicas e que se adeque à rotina do serviço;
  • Ter capacidade de empoderar o paciente e a família na gestão da dor;
  • Ter capacidade de trabalhar numa equipe interdisciplinar;
  • Ter capacidade de empatia com o paciente e a família, liderança e incentivo com a equipe;
  • Ter capacidade de autocrítica e atitude de preencher as próprias lacunas no conhecimento sobre a temática.

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Referências bibliográficas:

  • Bottega FH, Fontana RT. A dor como quinto sinal vital: utilização da escala de avaliação por enfermeiros de um hospital geral. Texto Contexto Enferm, Florianópolis, 2010 Abr-Jun; 19(2): 283-90.
  • Pinto CMI, Santoro DC, Silva J. Um estudo sobre atividades relacionadas a intervenções de enfermagem controle da dor no cenário da terapia intensiva. Persp. Online: biol. & saúde, Campos dos Goytacazes, 2012; 6 (2), 70-75.
  • IASP. Core Curriculum for Professional Education in Pain. 3a. ed. Seattle: IASP Press, 2005. v. Único.
  • IASP. Guia para o Tratamento da Dor em Contextos de Poucos Recursos. Seattle: IASP Press, 2010.
  • Morete, MC et al. Tradução e adaptação cultural da versão portuguesa (Brasil) da escala de dor Behavioural Pain Scale. Rev. bras. ter. intensiva  [Internet]. 2014  Dec [cited  2019  May  24] ;  26( 4 ): 373-378.
  • Herr, K. et al. Pain Assessment in the Patient Unable to Self-Report: Position Statement with Clinical Practice Recommendations. Pain Management Nursing, 2011; 12 (4): 230–250.

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