O impacto do coronavírus nas doenças cardiovasculares

O novo coronavírus surgiu na China e vem impressionando por sua capacidade de contágio. Até hoje, 28, já haviam sido confirmados mais de 80 mil casos.

Desde dezembro de 2019, o mundo vem passando por uma turbulenta pandemia de uma doença infecciosa, viral, do sistema respiratório. O novo coronavírus surgiu na China e vem impressionando por sua capacidade de contágio. Até o dia 28 de fevereiro, já haviam sido confirmados mais de 80 mil casos em 53 países, com 2.860 mortes confirmadas, cerca de 95% dos casos ocorreram na China.

Apesar de sua alta infectividade, o coronavírus não parece ser tão letal, ainda mais quando comparado com outras pandemias como SARS e o MERS. A população mais idosa e com comorbidades parece ser mais suscetível a infecções mais grave e morte pelo vírus, por isso a população com comorbidades cardiovasculares merece uma atenção especial.

exame eletrocardiográfico de paciente com coronavírus

Coronavírus e cardiologia

A American College of Cardiology (ACC) lançou um boletim para atentar os profissionais de saúde quanto ao assunto. O conteúdo do boletim abordo neste artigo.

Dentre os pacientes hospitalizados pelo coronavírus, 50% possuíam doenças crônicas sendo que 40% possuíam doença cardiovascular ou cerebrovascular. Houve casos de síndrome da angústia respiratória em quase 20% dos pacientes, arritmias cardíacas em mais de 16%, injúria miocárdica em mais de 7% e mais de 8% dos pacientes evoluíram com choque.

A infecção viral leva a uma série de reações responsáveis por desequilibrar doenças cardiovasculares que antes estavam compensadas. O aumento da demanda de O2 pode gerar sobrecarga cardíaca e piorar doenças como insuficiência cardíaca e a doença arterial coronariana. Em pandemias passadas por vírus respiratórios a mortalidade por doenças cardiovasculares chegou a ultrapassar todas as outras causas, ficando a frente de pneumonia em outras situações.

Além disso, outras pandemias virais como SARS e MERS causaram miocardite e insuficiência cardíaca de rápida progressão, assinalando que o coronavírus pode ter potência de infectar o coração. Esses vírus foram implicados em descompensação de doença arterial coronariana com ruptura de placa e infarto agudo do miocárdio.

Leia também: Persistência do coronavírus no ambiente: como evitar transmissão indireta por superfícies?

Recomendações da ACC em relação ao coronavírus

Pelo seu alto poder de se espalhar, podendo permanecer por muito tempo fora do corpo humano, as medidas de prevenção pessoal, como lavagem das mãos por exemplo, são prioridade e devem ser exaustivamente estimuladas em pacientes cardiopatas, principalmente em locais onde o foco de contaminação é maior.

Idosos tem menos probabilidade de apresentar febre, portanto quadro com tosse, dispneia, mialgia deve ser valorizado nessa população.

Os tratamentos sugeridos em diretrizes para pacientes cardiopatas podem oferecer proteção adicional nesses casos e devem ser avaliados individualmente. As vacinas de gripe e pneumonia devem estar em dia nessa população, a fim de evitar uma infecção secundária caso acometidos pelo coronavírus.

É recomendável triar pacientes infectados pelo coronavírus que possuam doenças cardiovasculares, renais, pulmonares e outras patologias crônicas para atendimento prioritário.

Os sintomas de um infarto agudo do miocárdio podem estar mascarados pelos sintomas do coronavírus.

Deve se enfatizado que todos os pacientes cardiopatas devem seguir o tratamento rigoroso, estar em dia com as vacinas e lavar as mãos com elevada frequência. Esta é uma pandemia de destino ainda incerto e novas informações podem surgir com o passar do tempo.

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