O novo retrato da obesidade nos Estados Unidos e Brasil

Um novo retrato da obesidade na América do Norte mostra uma realidade alarmante. Atualmente, 40% dos adultos e 20% das crianças são obesas nos EUA.

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Um novo retrato da obesidade na América do Norte mostra uma realidade alarmante. Atualmente, 40% dos adultos e 20% das crianças são obesas nos Estados Unidos.

Em 2018, pela primeira vez, mais de 35% dos adultos em nove estados do sul (Alabama, Arkansas, Iowa, Kentucky, Louisiana, Mississippi, Missouri, Dakota do Norte e Virgínia Ocidental) eram obesos.

Em 2017, a prevalência de obesidade foi superior a 35% em apenas sete estados. O que, segundo autoridades de saúde americanas, indica que o quadro nacional de obesidade está piorando.

O quadro também é alarmante aqui no Brasil, com um aumento considerável nos últimos 13 anos.

pés de menina em cima de balança com fita métrica na frente, possível obesidade

Sobre a obesidade nos EUA

Os dados da pesquisa foram coletados pela Trust for Health, dos Estados Unidos, organização sem fins lucrativos, e publicados no relatório State of Obesity: Melhores Políticas para uma América mais Saudável de 2018, em 12 de setembro.

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Os dados do 16º relatório anual “nos dizem que há quase 50 anos na curva ascendente das taxas de obesidade ainda não encontramos a combinação certa de programas para interromper essa epidemia”, destaca John Auerbach, presidente e CEO da entidade.

Em 2012, nenhum estado tinha uma taxa de obesidade adulta acima de 35%. Mas nos cinco anos de 2013 a 2018, 33 estados tiveram aumentos estatisticamente significativos na obesidade adulta.

Mudanças no estilo de vida e políticas governamentais

O relatório atual destaca as mudanças fundamentais que são necessárias para que as pessoas comam alimentos saudáveis e se exercitem o suficiente, e ainda fornece recomendações para políticas governamentais para combater essa “crise da obesidade“.

O relatório é baseado em dados do Sistema de Vigilância de Fatores de Risco Comportamental dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) e na mais recente Pesquisa Nacional de Saúde e Nutrição 2015-2016 (NHANES).

Os dados NHANES nacionalmente representativos revelam “níveis sem precedentes de obesidade”, afirma o relatório. Em 2015-2016, 39,6% dos adultos e 18,5% das crianças na América eram obesos (índice de massa corporal > 30 kg / m 2 para adultos), com o aumento dos riscos de inúmeros resultados ruins para a saúde que acompanham a obesidade.

“Surpreendentemente, a incidência de obesidade nos Estados Unidos aumentou 70% nos últimos 30 anos para adultos e 85% no mesmo período para crianças”, observam os autores.

Os dados também revelam que a obesidade é muito mais um problema entre populações minoritárias e desfavorecidas.

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Negros e latinos são frequentemente direcionados à publicidade de alimentos não saudáveis e tendem a morar em bairros com menos opções de alimentos saudáveis ou oportunidades de atividade física, o que pode explicar em parte suas altas taxas de obesidade.

Entre os adultos, quase metade dos latinos (47%) e negros (46,8%) eram obesos, em comparação com 37,9% dos brancos e 12,7% dos asiáticos.

Da mesma forma, entre as crianças, cerca de um quarto dos latinos (25,8%) e negros (22%) eram obesos, mas apenas 14% dos brancos e 11% das crianças asiáticas eram obesos.

Alguns dados positivos

Mas, nem todos os dados são negativos no relatório. Por exemplo, as taxas de obesidade entre as crianças matriculadas no Programa Especial de Nutrição Suplementar para Mulheres, Bebês e Crianças (WIC) caíram de 15,9% em 2010 para 13,9% em 2016.

E um estudo publicado este ano relatou que crianças de quatro anos no condado de Los Angeles que receberam o pacote de alimentos do WIC desde o nascimento tinham menos probabilidade de se tornarem obesas.

Além disso, aumento de impostos sobre as bebidas adoçadas com açúcar foram repassados em várias cidades americanas.

Brasileiros atingem maior índice de obesidade

De acordo com dados da Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), de 2018, do Ministério da Saúde, houve um aumento de 67,8% nos últimos 13 anos nos casos de obesidade, saindo de 11,8% em 2006 para 19,8% em 2018.

Hoje, no Brasil, mais da metade da população, 55,7% tem excesso de peso. Uma elevação de 30,8% quando comparado com percentual de 42,6% no ano de 2006. O aumento da prevalência foi maior entre as faixas etárias de 18 a 24 anos, com 55,7%. Quando verificado o sexo, os homens apresentam crescimento de 21,7% e as mulheres 40%.

*Esse artigo foi revisado pela equipe médica da PEBMED

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