O que podemos esperar da Medicina em 2020?

Nosso portal acompanha diariamente os principais assuntos da medicina e traz para você a informação prática da tomada de decisão.

O ano está começando e muita gente já se prepara para as novidades que estão por vir. Nosso portal acompanha diariamente os principais assuntos da medicina e traz para você a informação prática da tomada de decisão. Para 2020, separamos alguns assuntos que estão por vir e que entrarão certamente em nosso radar.

1. Ultrassom portátil

Não adianta os mais antigos espernearem. O US veio de vez para a prática médica. Em hospitais privados, o uso para guiar punção venosa, por exemplo, já é obrigatório, e prática monitorada de qualidade. Além disso, o uso no CTI e emergência para informações sobre via aérea, trauma e hemodinâmica cresce exponencialmente. Um novo impulso deve chegar com a redução de preço do Butterfly IQ, um US que se adapta ao seu smartphone e pode ser facilmente carregado no bolso. É menor que muitos aparelhos de PA! Com isso, informações como hidratação (volemia), função miocárdica e tamanho renal devem estar prontamente disponíveis e com uma acurácia maior que o exame físico. Como exemplo, em um estudo com uso do US no préoperatório, até 80% dos casos tiveram uma mudança de conduta baseada em achados ultrassonográficos.

2. Inteligência artificial, machine learning e big data

A informatização da saúde alcançou hoje a maior parte do mundo, criando bancos de dados gigantescos. O uso de IA para processamento dos dados tem mostrado uma performance excelente, permitindo melhor identificação de preditores de risco, eficácia de tratamentos e análise de custos. Para quem quiser entender um pouco mais do assunto, fica a dica de leitura do excelente artigo do Prof Erito Marques, especialista no assunto.

3. Cirurgia robótica

A aplicação da cirurgia robótica em ampliado, com uso em diversas especialidades como cirurgias abdominais, oncológicas, ginecológicas, urológicas e neurocirurgias. A maior parte dos estudos tem mostrado resultados no mínimo tão bons quando a laparoscopia, com recuperação mais rápida, porém maior tempo cirúrgico. Este último item parece especialmente sensível ao treinamento da equipe, daí a importância de aumentar a disponibilidade de centros formadores. No Rio, apenas um hospital público oferece o serviço, o que já é um primeiro passo.

4. Oncologia

Uma das doenças mais comuns na população mundial, tem vivido um boom de crescimento na oferta de tratamentos. O grande pilar é o uso da informação genética e desenvolvimento de fármacos orientados para cada tipo específico de tumor. No congresso europeu de oncologia em 2020, serão apresentados resultados referentes ao uso da radioterapia como adjuvante da imunoterapia, inibidores do receptor de fibroblastos (FGFRi) e os “extraterminal domain proteins (BET) inhibitors”.

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5. Cardiologia

As doenças cardiovasculares são a principal causa de mortalidade no mundo. Ao longo do ano, os três principais congressos internacionais – ACC, AHA e ESC – são os momentos para o lançamentos dos principais estudos e nós acompanhamos todos eles para vocês! O primeiro deles ocorrerá em março: ACC 2020. O programa preliminar traz sessões para discutir assuntos como: “INOCA” (isquemia sem obstrução coronariana e diferente de MINOCA, que é o infarto sem obstrução); como melhorar a predição no risco cirúrgico; antiagregação e anticoagulação no paciente com FA e SCA, entre outros.

6. Pediatria

Os cuidados paliativos (CP) em pediatria ganharam destaque na prática pediátrica nos últimos anos. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), os CP são definidos como a prevenção e o alívio do sofrimento de pacientes adultos e pediátricos e de suas famílias, que enfrentam os problemas associados a doenças potencialmente fatais. Esses problemas incluem o sofrimento físico, psicológico, social e espiritual dos pacientes e de seus familiares. O

s CP de alta qualidade para pacientes pediátricos graves são, atualmente, um padrão esperado da medicina. Todavia, mesmo em ambientes com recursos, ainda existem barreiras consideráveis para um atendimento ideal. Isso ocorre devido à falta de educação formal, questões de reembolso, impacto emocional ao se cuidar de uma criança moribunda e, principalmente, carência de equipes interdisciplinares de CP em crianças.

Na cidade do Rio de Janeiro, o Instituto de Puericultura e Pediatria Martagão Gesteira (IPPMG) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) conta com um serviço em fase de estruturação dedicado aos CP em pediatria.

7. Obstetrícia e Ginecologia

Em 2020, podemos esperar algumas novidades importantes na obstetrícia. Até o fim do ano, o Ministério da Saúde deve lançar o Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) para tromboembolismo venoso em gestantes com trombofilia. O documento havia sido elaborado em 2018, com consulta pública aberta em 2019 para complementação do texto.

Por ser assunto muito polêmico e que constantemente suscita dúvidas, o PCDT será uma ferramenta muito útil na assistência, pois sistematizará o atendimento às pacientes com suspeita de trombofilias, com orientações sobre diagnóstico da doença, tratamento e monitoramento na gestação.

Texto com colaboração das autoras Roberta Esteves e Julianna Vasconcelos.

Referências bibliográficas:

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