NeurologiaDEZ 2016

O que você tem a ver com a neuromielite óptica?

A neuromielite óptica é uma síndrome inflamatória autoimune do sistema nervoso central, que acomete principalmente os nervos ópticos e a medula espinal.
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Por Redação Afya
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A neuromielite óptica (NMO) é uma síndrome inflamatória autoimune do sistema nervoso central, que acomete principalmente os nervos ópticos e a medula espinal. Você sabe quais são os critérios diagnósticos para NMO? O Painel Internacional de Diagnóstico da NMO (IPND) foi convocado para desenvolver uma revisão dos critérios, usando a literatura publicada sobre o assunto e pesquisas eletrônicas para facilitar o consenso. 500x120-rosa Veja os principais pontos do consenso: Nomenclatura O painel sugere o uso do termo Doenças do Espectro Neuromielite Óptica (NMOSD, do inglês, Neuromyelitis Optica Spectrum Disorders), facilitando a uniformização e denominação destes casos. Apresentação clínica A revisão incluiu as síndromes específicas para NMO: lesões de tronco cerebral, manifestações encefálicas com lesões cerebrais específicas e narcolepsia sintomática. Veja na tabela abaixo: [caption id="attachment_7227" align="aligncenter" width="540"]tabela2 Tabela retirada da Neurology (DOI: 10.1212/WNL.0000000000001729)[/caption] Estes critérios permitem o diagnóstico mesmo na ausência concomitante de neurite óptica e mielite, e nos indivíduos que apresentam apenas manifestações encefálicas com positividade para NMO-IgG. O painel destacou também os achados atípicos para NMO-IgG, que o médico deve ficar atento. Veja no quadro abaixo: [caption id="attachment_7228" align="aligncenter" width="545"]tabela3 Tabela retirada da Neurology (DOI: 10.1212/WNL.0000000000001729)[/caption] O Dr. Henrique Cal, neurologista e membro da Academia Brasileira de Neurologia, dá sua opinião sobre a doença e a nova revisão: "Por um lado, sintomas como neurite óptica ou paraparesia sempre levarão a uma investigação neurológica extensa. Por outro, com a recente inclusão de novos sintomas como parte dos critérios diagnósticos, é preciso que o médico generalista lembre sempre da hipótese de Doença de Devic frente a pacientes com quadros como narcolepsia inédita, tonturas, vômitos incoercíveis ou soluços sem outras explicação - que muitas vezes podem passar como não sendo de causa neurológica de maneira evidente. Lembremos sempre que é diagnóstico de exclusão, sendo necessário um screening laboratorial conveniente para doenças reumatológicas, infecciosas e etc. Na prática, suspeitamos de NMOSD em dois casos principais: quando há uma mielite extensa ou quando há neurite óptica (se há ambos, é quase patognomônico!). Nestes casos, devemos pedir RM com contraste de encéfalo e medula espinhal, amplo screening laboratorial (para causas reumatológicas, auto-imunes, metabólicas e infecciosas), coleta de liquor e o anticorpo anti-AQP4. Idealmente, estes exames devem ser solicitados antes de uma possível pulsoterapia, que é o tratamento de urgência para uma suspeita de afecção neuroimune", completa Dr. Henrique. As melhores condutas médicas você encontra no Whitebook. Baixe o aplicativo #1 dos médicos brasileiros. Clique aqui! 250-BANNER3 Referências:
  • Neurology. 2015 Jul 14; 85(2): 177–189. DOI: 10.1212/WNL.0000000000001729
A neuromielite óptica (NMO) é uma síndrome inflamatória autoimune do sistema nervoso central, que acomete principalmente os nervos ópticos e a medula espinal. Você sabe quais são os critérios diagnósticos para NMO? O Painel Internacional de Diagnóstico da NMO (IPND) foi convocado para desenvolver uma revisão dos critérios, usando a literatura publicada sobre o assunto e pesquisas eletrônicas para facilitar o consenso. 500x120-rosa Veja os principais pontos do consenso: Nomenclatura O painel sugere o uso do termo Doenças do Espectro Neuromielite Óptica (NMOSD, do inglês, Neuromyelitis Optica Spectrum Disorders), facilitando a uniformização e denominação destes casos. Apresentação clínica A revisão incluiu as síndromes específicas para NMO: lesões de tronco cerebral, manifestações encefálicas com lesões cerebrais específicas e narcolepsia sintomática. Veja na tabela abaixo: [caption id="attachment_7227" align="aligncenter" width="540"]tabela2 Tabela retirada da Neurology (DOI: 10.1212/WNL.0000000000001729)[/caption] Estes critérios permitem o diagnóstico mesmo na ausência concomitante de neurite óptica e mielite, e nos indivíduos que apresentam apenas manifestações encefálicas com positividade para NMO-IgG. O painel destacou também os achados atípicos para NMO-IgG, que o médico deve ficar atento. Veja no quadro abaixo: [caption id="attachment_7228" align="aligncenter" width="545"]tabela3 Tabela retirada da Neurology (DOI: 10.1212/WNL.0000000000001729)[/caption] O Dr. Henrique Cal, neurologista e membro da Academia Brasileira de Neurologia, dá sua opinião sobre a doença e a nova revisão: "Por um lado, sintomas como neurite óptica ou paraparesia sempre levarão a uma investigação neurológica extensa. Por outro, com a recente inclusão de novos sintomas como parte dos critérios diagnósticos, é preciso que o médico generalista lembre sempre da hipótese de Doença de Devic frente a pacientes com quadros como narcolepsia inédita, tonturas, vômitos incoercíveis ou soluços sem outras explicação - que muitas vezes podem passar como não sendo de causa neurológica de maneira evidente. Lembremos sempre que é diagnóstico de exclusão, sendo necessário um screening laboratorial conveniente para doenças reumatológicas, infecciosas e etc. Na prática, suspeitamos de NMOSD em dois casos principais: quando há uma mielite extensa ou quando há neurite óptica (se há ambos, é quase patognomônico!). Nestes casos, devemos pedir RM com contraste de encéfalo e medula espinhal, amplo screening laboratorial (para causas reumatológicas, auto-imunes, metabólicas e infecciosas), coleta de liquor e o anticorpo anti-AQP4. Idealmente, estes exames devem ser solicitados antes de uma possível pulsoterapia, que é o tratamento de urgência para uma suspeita de afecção neuroimune", completa Dr. Henrique. As melhores condutas médicas você encontra no Whitebook. Baixe o aplicativo #1 dos médicos brasileiros. Clique aqui! 250-BANNER3 Referências:
  • Neurology. 2015 Jul 14; 85(2): 177–189. DOI: 10.1212/WNL.0000000000001729

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Redação AfyaRedação Afya
Produção realizada por jornalistas da Afya, em colaboração com a equipe de editores médicos.