O tratamento de fraturas proximais do úmero com artroplastia reversa tem resultados equivalentes no cenário agudo ou tardio?

Estudo analisou diferença entre fraturas da região proximal do úmero tratadas com artroplastia reversa dentro de 28 dias e após este período.

As fraturas da região proximal do úmero são lesões comuns, especialmente em pacientes mais idosos. Algumas fraturas apresentam padrão que indica a reconstrução com a substituição articular ao invés da fixação óssea. Diferentes próteses podem ser utilizadas para estas fraturas e dentre elas as próteses reversas vem se tornando uma opção cada vez mais popular. Apesar desta tendência atual, a literatura ainda não deixa claro se o melhor momento para a realização desta técnica seria no cenário da fratura aguda ou em um momento mais tardio.

A realização da cirurgia fora do cenário agudo possibilitaria a tentativa de tratamento conservador em pacientes que não apresentam uma indicação clara de tratamento cirúrgico, possibilitando a posterior indicação de reconstrução com prótese caso o mesmo apresente um resultado insatisfatório. Esta estratégia seria possível caso não gerasse um impacto negativo no resultado da cirurgia se necessária.

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O tratamento de fraturas proximais do úmero com artroplastia reversa tem resultados equivalentes no cenário agudo ou tardio?

Physical therapist diagnosing patient with painful arm

Análise recente

Um estudo publicado na revista Injury em agosto de 2021 investiga a diferença entre fraturas tratadas com artroplastia reversa dentro de 28 dias da data do trauma e após este período. As taxas de complicações e os resultados funcionais da técnica nestes dois cenários foi comparada através de um estudo do tipo coorte retrospectiva. 

A amostra incluiu 114 pacientes submetidos a artroplastia como tratamento primário realizada entre 2004 e 2016 em dois centros de trauma Nível 1 e em um hospital acadêmico comunitário.

Foram registradas as complicações, a amplitude de movimento e os escores de resultados funcionais relatados pelo paciente (DASH, PROMIS função física e EQ-5D). Oitenta e dois de 114 pacientes (72%) foram submetidos à cirurgia precoce. Fraturas complexas (4 partes, fraturas da com segmentação da cabeça e fraturas-luxações) foram significativamente mais comuns no grupo tratado agudamente. 

Saiba mais: Imobilização para fraturas proximais do úmero: 1 ou 3 semanas de uso de tipoia?

As taxas de complicações foram similares nos dois grupos mantendo uma taxa geral de 11,4%. Houve uma diferença significativa na pontuação do escore DASH favorecendo a cirurgia precoce, com uma pontuação média de 22,4 em pacientes tratados agudamente contra 35,1 em pacientes tratados tardiamente (p = 0,034). Houve uma tendência sem significância estatística para melhores escores de função física detectada pelo escore PROMIS e de arco de movimento no grupo tratado agudamente. 

Conclusão

Os resultados deste estudo sugerem que o atraso na realização da artroplastia para o tratamento das fraturas proximais do úmero não leva a um aumento nas taxas de complicações, mas pode estar associado a piores resultados funcionais em pacientes que acabam por necessitar da cirurgia.

Referências bibliográficas:

  • Barger J, et al. Acute versus Delayed Reverse Total Shoulder Arthroplasty for the Management of Proximal Humerus Fractures. Injury. 2021 Aug;52(8):2272–78. doi: 10.1016/j.injury.2021.05.040.

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