O uso de metotrexato pelo médico generalista

A artrite reumatoide, doença reumatológica muito comum em nosso meio, exige abordagem rápida para evitar que evolua com artrose e perda de qualidade de vida do paciente.

Tempo de leitura: [rt_reading_time] minutos.

A artrite reumatoide, doença reumatológica muito comum em nosso meio, exige abordagem rápida para evitar que evolua com artrose e perda de qualidade de vida do paciente. Como médicos generalistas, devemos estar atentos para o diagnóstico dessa doença, pois não é incomum que os pacientes sejam diagnosticados tardiamente, já com artrose disseminada e dor crônica.

Para que a doença não avance rápido e prejudique a vida do paciente, é importante que o diagnóstico seja feito logo, assim como o início do tratamento. O ideal é que a o metotrexato seja iniciado em até 12 semanas após o diagnóstico. Entretanto, é sabido que dificilmente o paciente chegará ao reumatologista, principalmente no setor público (que possui alta demanda) nesse prazo. Daí a importância do médico generalista saber fazer a abordagem inicial.

Os critérios diagnósticos mais recentes foram elaborados pela American College of Rheumatology e pela European League Against Rheumatism e são de 2010. Facilmente encontrados no Whitebook, ajudam o médico generalista a identificar se o paciente fecha diagnóstico. É importante que, caso a suspeita de artrite reumatoide seja muito maior que a de outras doenças, sejam solicitados os exames que confirmem o seu diagnóstico, e não uma grande quantidade de marcadores sorológicos que encarecem a investigação, assim como podem confundi-la.

Veja também: ‘Quando medir TSH e T4 livre?’

Antes de iniciar metotrexato, é ideal que sejam avaliados se o paciente seguirá acompanhamento médico, terá exames de controle disponíveis e possui contraindicações. Por isso, são necessários previamente exames que avaliam contraindicações (como os que avaliam lesão hepática e renal – aminotransferases e creatinina), hemograma (pois citopenias posteriores podem ser efeito colateral comum), RX de tórax (devido tuberculose ser endêmica no Brasil) e atualização do calendário vacinal, assim como testes de HIV, sífilis e hepatites crônicas (B e C).

Uma vez que os exames realizados não apresentem anormalidades, pode-se iniciar o metotrexato com dose baixa (10mg em um dia da semana), em conjunto com 10mg de ácido fólico que devem ser administradas de 24 a 48h depois da tomada de metotrexato. Após um mês de tratamento, hemograma, aminotransferases e creatinina devem ser dosados outra vez, a fim de investigar toxicidade do mesmo. As doses de metotrexato devem ser ajustadas de acordo com a resposta clínica, com atenção de que pode demorar até 6 semanas para começar a haver melhora. Exames laboratoriais são então repetidos a cada 3 meses.

É importante destacar que o papel do médico generalista (seja clínico ou médico de família e comunidade) é realizar a investigação e iniciar o tratamento enquanto o paciente não é atendido pelo reumatologista, a fim de evitar que o quadro demore para receber abordagem medicamentosa.

Quer receber diariamente notícias médicas no seu WhatsApp? Cadastre-se aqui!

Referências:

  • Resumo Clínico – Artrite Reumatoide, Portal Telessaúde e UFRGS 2016

Avaliar artigo

Dê sua nota para esse conteúdo

Selecione o motivo:
Errado
Incompleto
Desatualizado
Confuso
Outros

Sucesso!

Sua avaliação foi registrada com sucesso.

Avaliar artigo

Dê sua nota para esse conteúdo.

Você avaliou esse artigo

Sua avaliação foi registrada com sucesso.

Baixe o Whitebook Tenha o melhor suporte
na sua tomada de decisão.