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Ortopedia20 agosto 2020

O valor do teste de alergia para profilaxia antibiótica

O estudo concluiu que o teste de alergia pré-operatório apresenta impacto positivo para aumentar o uso de cefazolina.

Por Rafael Erthal

Um estudo publicado na revista The Bone & Joint Journal, realizado por um grupo da clínica Mayo e premiado pela sociedade de quadril através do prêmio John Charnley de 2019, investiga o aumento do risco de infecções associadas a artroplastias primárias de joelho e quadril com o uso de antibióticos alternativos à cefazolina.

Os objetivos desse estudo foram caracterizar as escolhas de antibióticos para profilaxia de artroplastia total de joelho (ATJ) e artroplastia total de quadril (ATQ), a avaliação da eficácia dos testes de alergia a antibióticos e as taxas de infecção da articulação protética com base nos esquemas antibióticos utilizados para profilaxia.

Antibióticos para teste de alergia

Pacientes e métodos do teste de alergia

Todos os pacientes submetidos à ATJ ou ATQ primária na clínica Mayo, entre janeiro de 2004 e maio de 2017, foram avaliados, totalizando 29.695 artroplastias (22.705 pacientes), com 3.411 artroplastias em 2.576 pacientes (11,5%), sendo testadas para alergia devido ao histórico médico.

Uma série de bancos de dados institucionais foram combinados para identificar os resultados dos testes de alergia, regime de antibióticos perioperatórios utilizados e a sobrevivência livre de infecção até o final do acompanhamento.

Resultados do estudo

Entre os 2.576 pacientes testados para alergia, 2.493 pacientes (97%) foram autorizados a usar cefalosporinas. Para toda a coorte, 28.174 artroplastias (94,9%) receberam cefazolina e 1521 (5,1%) receberam outros antibióticos.

A sobrevivência livre de infecção foi significativamente maior entre as artroplastias envolvendo profilaxia com cefazolina em comparação com os que não a utilizaram, com sobrevida de 0,06% maior livre de infecção em um mês, 0,56% em dois meses, 0,61% em um ano e 1,19% em dez anos (p <0,001).

No geral, o risco de infecção periprotética foi 32% menor em pacientes tratados com cefazolina após ajuste para a classificação de risco pré-operatório (ASA), tipo de artroplastia (ATJ ou ATQ) e o índice de massa corporal (IMC; p <0,001).

O número necessário para tratar com cefazolina para prevenir um quadro infeccioso foi de 164 pacientes em um ano e 84 pacientes em dez anos. Portanto, potencialmente 6.098 infecções pós-prótese poderiam ser evitadas em um ano e 11.905 em dez anos, em uma coorte de 1.000.000 artroplastias.

Conclusão

As taxas de infecção articular após próteses são significativamente maiores quando os antibióticos diferentes da cefazolina são utilizados ​​no período perioperatório. O teste de alergia pré-operatório apresenta impacto positivo para aumentar o uso de cefazolina.

Dada a baixa taxa de alergia verdadeira à penicilina e ao fator de risco prontamente modificável que a escolha do antibiótico fornece, é recomendado o teste perioperatório para todos os pacientes que apresentem história de alergia à penicilina ou cefalosporinas.

Referência bibliográfica:

  • Wyles CC, Hevesi M, Osmon DR, et al. 2019 John Charnley Award: Increased risk of prosthetic joint infection following primary total knee and hip arthroplasty with the use of alternative antibiotics to cefazolin: the value of allergy testing for antibiotic prophylaxis. Bone Joint J. 2019;101-B(6_Supple_B):9-15.

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