Obesidade: como o profissional de saúde pode atuar na atenção primária?

A obesidade é uma questão de saúde pública, no Brasil e no mundo. A USPTF lançou nesse mês uma diretriz para prevenção e tratamento da doença. Conheça as orientações.

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A obesidade é inegavelmente uma questão de saúde pública, não só no mundo mas também no Brasil. A US Preventive Task Force lançou nesse mês uma diretriz para prevenção e tratamento da obesidade com medidas comportamentais compatíveis com o cenário da atenção primária juntamente com uma revisão sistemática e metanálise de medidas farmacológicas que comentaremos na íntegra nas próximas semanas. O tema é de tanta relevância que foi conteúdo do último editorial da JAMA que comentaremos hoje.

O cenário de atenção primária a saúde (APS) é, pelos seus atributos essenciais, um campo vasto de oportunidades para rastreio e tratamento intensivo de pacientes com obesidade. O profissional de saúde na atenção primaria pode rastrear aqueles pacientes cujo IMC está acima de 30 para tratamento comportamental intensivo e encontrar aqueles cujo IMC encontre-se acima de 40 ou acima de 35 com complicações como diabetes mellitus para avaliação de cirurgia bariátrica.

O profissional da APS acima de tudo deve ser capaz de gerir os princípios básicos da entrevista motivacional (questionamento/avaliação, acesso, aconselhamento, concordância e assistência) para reforçar positivamente a mudanças comportamentais. Essas são as bases mais eficientes para o tratamento da obesidade, e é isso que as diretrizes mais recentes têm apontado.

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O FDA possui apenas uma droga autorizada com a função de controle de obesidade, o orlistater. Os estudos metanalíticos indicam que o tratamento farmacológico exclusivo pode ser danoso. Ao passo que o tratamento comportamental pode geral um perda de 0,5 a 9,3% de peso corporal quando comparado ao grupo placebo em intervenções sistematizadas mais frequentes.

Uma redução de 5% do peso corporal pode ser obtida quando se combina a ação farmacológica às medidas comportamentais em consultas sistematizadas. Esses mesmos pacientes quando abordados dessa forma conseguem aderir à uma maior manutenção da perda de peso.

Os resultados metanalíticos ainda apontam pra uma redução muito inexpressiva do desfecho duro de mortalidade na abordagem combinada. Contudo, outros desfechos relevantes em saúde, especialmente do ponto de vista de risco cardiovascular, são muito maiores no grupo de intervenção combinada. Assim, a melhora de qualidade de vida significativa com a redução da apneia do sono, hipertensão arterial, diabetes mellitus e dislipidemias, entre outros desfechos secundários avaliados.

O editorial reitera o papel chave da atenção primária para de medidas de alto impacto na saúde coletiva e individual a partir de medidas relativamente simples. Para isso é importante que o profissional esteja capacitado e atento para identificar e manejar os pacientes ofertando a melhor linha de cuidado para cada caso.

Agora que você já sabe como o profissional da APS pode auxiliar no controle da obesidade auxilie na educação de seus pacientes se você não estiver na APS elucidando onde o paciente pode encontrar esse tipo de cuidado. E se você atua na APS, esteja atento aos seus pacientes para ofertar esse cuidado.  As demais dicas de conduta para os casos desses pacientes você encontra aqui no Portal PEBMed e no WhiteBook.

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