A Organização Mundial da Saúde (OMS) lançou, no final de junho, um relatório com as diretrizes sobre a ética no uso de inteligência artificial na saúde. O guia é fruto de um trabalho que levou 18 meses para ser concluído, sendo desenvolvido por especialistas de diversas áreas, como direito, tecnologia digital e outras.
De acordo com a OMS, a definição de inteligência artificial (IA) é todo o aparato tecnológico que, após ter os dados coletados com informações e objetivos pautados por humanos, consiga prever situações, fazer recomendações e ainda tome decisões que possam influenciar espaços virtuais e também reais.
A inteligência artificial na área da saúde
A tecnologia facilita processos em diversas áreas, se tornando uma grande promessa para os próximos anos. A expectativa na sua atuação na saúde é que ela possa otimizar o diagnóstico de pacientes, o tratamento, e até no desenvolvimento de medicamentos. Além disso, a IA pode ser decisiva no monitoramento e resposta aos surtos de doenças ao redor do mundo.
O documento publicado pela OMS identifica os maiores desafios e possíveis dilemas éticos no manejo da inteligência artificial da saúde. Visando esclarecer tais questões, o órgão apresenta seis princípios que garantem que a inteligência artificial funcione para o benefício público, respeitando os limites dos direitos humanos.
Os seis princípios
- O controle de sistemas de saúde e a tomada de decisões devem ser tomadas por humanos, e não inteiramente por inteligência artificial.
- Desenvolvedores responsáveis pela tecnologia implantada devem monitorar e garantir o pleno funcionamento de todas as ferramentas, além de atender todas as normas de segurança.
- Desenvolvedores também são responsáveis por publicar os dados e informações quanto ao desenvolvimento dos produtos e como devem ser manuseados, garantindo a transparência em todas as etapas.
- Sistemas de saúde que adotam a inteligência artificial devem garantir o treinamento e capacitação dos profissionais responsáveis pelas ferramentas.
- As tecnologias utilizadas devem respeitar e serem treinadas com uma base de dados com diversas nacionalidades, gêneros e raças, com o objetivo de promover a diversidade e evitar algoritmos “viciados”.
- As ferramentas de IA devem ser continuamente avaliadas com base em sua performance, para que caso haja algum tipo de problema, seja rapidamente identificado e devidamente corrigido.
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*Esse artigo foi revisado pela equipe médica da PEBMED
Referências bibliográficas:
- Ethics and governance of artificial intelligence for health. World Health Organization. 28 de junho de 2021. Disponível em: https://www.who.int/publications/i/item/9789240029200
- OMS cria guia para ética na inteligência artificial. G1. 8 de julho de 2021. Disponível em: https://g1.globo.com/bemestar/blog/longevidade-modo-de-usar/post/2021/07/08/oms-cria-guia-para-etica-na-inteligencia-artificial.ghtml