Outubro rosa: O papel diferenciado da enfermagem na assistência à paciente mastectomizada durante o processo cirúrgico

É mais importante do que nunca, como profissional de saúde, estarmos preparados para lidar com uma paciente mastectomizada. Saiba mais.

À medida que a expectativa de vida mundial aumenta, seu aspecto acelerado se intensifica. É cada vez mais comum nos depararmos com pacientes com histórico pessoal ou familiar de alguma apresentação de câncer.

Segundo dados do INCA (Instituto Nacional de Câncer) o câncer de mama é o câncer que mais mata mulheres no mundo e estima-se que ocorrerão 66.280 novos casos em 2021 só no Brasil. Por isso é mais importante do que nunca, como profissional de saúde, estarmos preparados para lidar com este perfil de paciente mastectomizada, utilizando a abordagem adequada e um processo de acolhimento empático para assim realizarmos a assistência de maneira mais assertiva respeitando o indivíduo já tão fragilizado física e psiquicamente pela patologia.

Esta fragilidade causada pelo câncer se torna ainda mais expressiva quando falamos do câncer de mama, pois além da importante função que ocupam na maternidade, em muitas sociedades (como a nossa, por exemplo), as mamas são símbolo de atrativo sexual e feminilidade, feminilidade essa que a mulher sente comprometida ao passar pelo tratamento cirúrgico de mastectomia (FONSECA, FERNANDES e OLIVEIRA, 2011).

outubro rosa - nurse 01

Cancêr de mama e mastectomia

Segundo Peireira et al (2019), o procedimento de mastectomia é definido como a retirada da glândula mamária e pode ser dividido em seis tipos: mastectomia simples, dupla ou bilateral, poupadora de pele, poupadora de mamilo, radical modificada e radical, sendo esta definida pelo tamanho e localização da neoplasia. Independentemente da técnica cirúrgica escolhida, o procedimento é considerado mutilador por fazer a retirada, mesmo que parcial, de um órgão de importante representação para a mulher, gerando em sua maioria das vezes a ansiedade e impactando negativamente a vida das pacientes.

Por este motivo é imprescindível que durante o processo cirúrgico a equipe de enfermagem estabeleça uma relação de confiança objetivando uma melhor aceitação do tratamento cirúrgico proposto. Matoso, Melo e Oliveira (2014) afirmam que para este perfil de paciente, a assistência de toda equipe multidisciplinar deve ir muito além das necessidades fisiológicas, uma vez que um melhor enfrentamento do ato cirúrgico, pode interferir positivamente no pós-operatório. 

Leia também: Outubro Rosa: Cuidados à saúde mental de mulheres mastectomizadas

Atuação da enfermagem

Muitas pacientes podem apresentar dúvidas e inseguranças sobre os cuidados a serem realizados em domicílio após a realização da mastectomia. É importante que até o momento da alta hospitalar a enfermagem partilhe com a paciente mastectomizada e seu núcleo de apoio o conhecimento específico acerca do cuidado, como por exemplo, o correto manuseio de drenos e cateteres que essas possam vir a manter por um determinado período em casa, sobre a maneira mais adequada de realizar a higiene pessoal e até mesmo de possíveis desconfortos físicos (como por exemplo, dor no local da incisão, possível diminuição da mobilidade do membro superior próximo à mama retirada e dores posturais) e emocionais (sensação de insegurança, auxílio nas tarefas básicas) MERÊNCIO e VENTURA (2020).

Ressalta-se então, mais uma vez o importante papel educativo e socioemocional desempenhado pela equipe de enfermagem durante a assistência a paciente mastectomizada, orientando-a na fase pré-operatória, amparando-a e assistindo-a na fase intraoperatória e contribuindo ativamente em sua reabilitação física e emocional na fase pós-operatória (SANTANA, SOUZA e VIANA, 2018).

Referências bibliográficas:

  • FONSECA, Patrícia da Assunção Moniz; FERNANDES, Ana Mafalda; OLIVEIRA, Luís. Implicações da mastectomia na sexualidade e imagem corporal da mulher e resposta da enfermagem perioperatória. Revista de Enfermagem, vol. III, n. 5, dezembro 2011, pp. 163-171. Coimbra, 2011.
  • INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER JOSÉ ALENCAR GOMES DA SILVA. Controle do Câncer de Mama: Conceito e Magnitude. Rio de Janeiro: INCA, 2021. Disponível em: https://www.inca.gov.br/controle-do-cancer-de-mama/conceito-e-magnitude
  • MATOSO, Leonardo Magela Lopes; MELO, Juce Ally Lopes de; OLIVEIRA, Kalyane Kelly Duarte de. As necessidades assistenciais do perioperatorio da mastectomia / Needs assistance perioperative mastectomy. Rev. Saúde Pública St. Catarina ; 7(1): 8-23, jan.-abr. 2014. ilus, tab
  • MERÊNCIO, Kátia Martins; VENTURA, Maria Clara Amado Apóstolo. Vivências da mulher mastectomizada: a enfermagem de reabilitação na promoção da autonomia. Revista de Enfermagem Referência, vol. V, n.2. Escola Superior de Enfermagem de Coimbra. Coimbra, 2020.
  • PEIREIRA, Antônio Pedro V. M. et al. Mastectomia e mamoplastia na vida das mulheres com câncer e mama. Revista Caderno de Medicina Vol 2. No 1 (2019).
  • SANTANA, Carla Cecília Costa de; SOUZA, Juliana Raquel Silva; VIANA. Danylo de Araujo. Análise das ações de enfermagem nas fases cirúrgicas da mastectomia: uma revisão sistemática. Revista Brasileira de Inovação Tecnológica em Saúde, v. 8, n. 2 (2018).

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