PA: controle padrão ou intensivo em pacientes com doença renal crônica?

Um estudo publicado no início de 2017 no Journal of the American Society of Nephrology analisou o controle intensivo da pressão arterial em pacientes não diabéticos com doença renal crônica (DRC).

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Um estudo publicado no início de 2017 no Journal of the American Society of Nephrology mostrou que o controle intensivo da pressão arterial em pacientes não diabéticos com doença renal crônica (DRC) reduziu as taxas de eventos cardiovasculares e morte por todas as causas, sem afetar a função renal.

Os participantes do estudo foram randomizados para pressão sistólica alvo de < 120 mm Hg (grupo de tratamento intensivo; n=1.330) ou < 140 mm Hg (grupo de tratamento padrão; n=1.316). A média de idade dos participantes com DRC foi de 71,9 ± 9,3 anos, e 43,9% tinham 75 anos ou mais. A maioria (67,2%) dos participantes eram brancos não hispânicos, mas negros e hispânicos foram bem representados. Em relação ao gênero, 40% eram mulheres.

A mediana de acompanhamento do estudo foi de 3,3 anos. Entre os participantes com DRC na linha de base, a taxa do desfecho primário cardiovascular foi de 112 de 1.330 (2,68% ao ano) versus 131 de 1.316 (3,19% ao ano) nos grupos de tratamento intensivo e padrão, respectivamente (hazard ratio [HR]: 0,81; intervalo de confiança [IC] de 95%: 0,63 a 1,05).

O grupo de tratamento intensivo também teve uma taxa mais baixa de mortalidade por todas as causas, redução de 28% (HR: 0,72; IC 95%: 0,53 a 0,99). Observou-se que os efeitos do tratamento não apresentaram diferença entre os participantes com e sem doença renal crônica.

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O desfecho primário renal, definido como redução de ≥50% no eGFR da linha de base ou desenvolvimento de doença renal em estágio final, ocorreu em 15 participantes do grupo de tratamento intensivo (1,1%) e 16 do grupo padrão (1,2%) (HR: 0,90; IC 95%: 0,44 a 1,83). Após os primeiros 6 meses, o grupo intensivo apresentou uma taxa de variação ligeiramente mais elevada no eGFR (-0,47 versus -0,32 ml/min por 1,73 m2 por ano; p<0,03).

Em relação à segurança, a taxa global de eventos adversos sérios não diferiu entre os grupos de tratamento, embora alguns eventos adversos específicos tenham ocorrido mais frequentemente no grupo intensivo.

Portanto, ressalta-se com esses resultados que a redução intensiva na pressão arterial sistólica resultou em uma diminuição substancial no desfecho cardiovascular primário e na mortalidade por todas as causas sem evidência de modificações de efeito pelo estado basal de DRC. Também não houve diferença no desfecho renal principal entre os dois grupos randomizados nos participantes com DRC na linha de base. Certos eventos adversos, mas não eventos adversos sérios gerais, ocorreram com o tratamento intensivo da pressão arterial sistólica. Dessa forma, o equilíbrio de benefícios e danos parece favorecer a redução intensiva de pressão arterial sistólica nesta população.

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Referências:

  • Cheung AK, Rahman M, Reboussin DM, Craven TE, Greene T, Kimmel PL, et al. Effects of Intensive BP Control in CKD. J Am Soc Nephrol. 2017 Jun 22. pii: ASN.2017020148. doi: 10.1681/ASN.2017020148.

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