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A heterogeneidade clínica da covid-19 sugere a existência de diferentes fenótipos com prognóstico e implicações distintas. O real impacto das comorbidades na determinação desses fenótipos ainda é pouco conhecido.
O objetivo deste estudo foi analisar os padrões de comorbidade em pacientes críticos com covid-19 e avaliar seu impacto sobre resultados intra-hospitalares, resposta ao tratamento e sequelas pós alta.
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Estudo observacional prospectivo/retrospectivo multicêntrico em unidades de terapia intensiva de 55 hospitais espanhóis. Foram avaliados 5.866 pacientes com covid-19 confirmados por PCR que tiveram comorbidades registradas na admissão hospitalar; além de parâmetros clínicos e biológicos. Também foram documentados procedimentos intra-hospitalares e complicações durante a internação e, complicações clínicas, sintomas persistentes e sequelas aos 3 e 6 meses após a alta hospitalar.
Foram identificados três fenótipos utilizando subcoortes: baixa morbidade (n=3.385; 58%), mais jovem e com poucas comorbidades; alta morbidade (n=2.074; 35%), com alta carga de comorbidade; e morbidade renal (n=407; 7%), com doença renal crônica (DRC), alta carga de comorbidade e pior perfil de oxigenação. Pacientes dos grupos morbidade renal e a alta morbidade apresentaram mais complicações intra-hospitalares e maior risco de mortalidade do que o grupo de baixa morbidade (HR ajustada (IC 95%): 1,57 (1,34-1,84) e 1,16 (1,05-1,28), respectivamente). Os corticosteróides, diferente do tocilizumabe, foram associados a menor risco de mortalidade (HR (IC 95%) 0,76 (0,63-0,93)), especialmente naqueles com morbidade renal e alta morbidade. Estes mesmos grupos apresentaram pior função pulmonar ao longo do seguimento, com morbidade renal tendo o maior risco de complicações infecciosas (6%), consultas de emergência (29%) ou readmissões hospitalares (14%) aos 6 meses de seguimento (p<0,01).
O estudo corrobora que o grupo de maior comorbidades e maior idade apresentou piores desfechos durante a internação e no seguimento pós-alta. Pacientes idosos que acumulam comorbidades estão sujeitos a internações mais prolongadas e complicações como necessidade de hemodiálise e, por conseguinte, maior evolução para doença renal crônica. Pacientes com infecção mais grave, envolvendo a presença de desconforto respiratório, dependentes de maiores frações de oxigênio e intubação prolongada apresentaram piores valores de função pulmonar após a internação, mostrando que a gravidade da infecção também pode se manifestar por sequelas a longo prazo.
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