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A paramentação cirúrgica é utilizada sempre quando formos realizar algum procedimento cirúrgico. A mesma forma uma barreira microbiológica contra penetração de microrganismos no sítio cirúrgico do paciente, oriundos dele mesmo, dos profissionais, materiais, equipamentos e ar ambiente.
A composição da paramentação cirúrgica é: avental cirúrgico (preferencialmente impermeável), campos cirúrgicos (preferencialmente impermeáveis), oleados, fronha de mayo (preferencialmente impermeável), opas, luvas, gorro (preferencialmente descartável), propés que podem ser substituídos por calçados próprios para o centro cirúrgico e/ou calçados impermeáveis, máscara (cobrindo todo o rosto, sem folgas na face – lembrando da durabilidade da máscara cirúrgica) e óculos de proteção. Sem precisar enfatizar que o conjunto cirúrgico sempre estará por baixo do capote.
Quais os objetivos da paramentação cirúrgica?
- Controle da infecção de sítio cirúrgico (ISC);
- Controle da infecção hospitalar (IH);
- Segurança do paciente;
- Segurança da equipe cirúrgica (Risco Ocupacional);
- Qualidade da assistência prestada ao paciente no ambiente cirúrgico.
Prevenção de infecção na sala operatória:
– Aventais cirúrgicos são usados para evitar a transferência, por contato direto, de agentes infecciosos da equipe cirúrgica para incisão e vice-versa.
– Campos são usados para fornecer uma área de trabalho microbiologicamente limpa em torno da incisão cirúrgica. Se eles delimitarem a ferida e forem rigidamente fixados à pele, também reduzem a transferência da flora da pele do paciente para dentro da incisão cirúrgica. Campos são também utilizados para controlar a propagação de fluídos corporais, potencialmente contaminados, a partir da área da incisão cirúrgica.
Recomendações para redução da ISC em relação ao vestuário:
– Usar capotes e campos cirúrgicos estéreis que sejam barreiras efetivas caso sejam molhados (materiais que resistam à penetração de líquidos) – Categoria IB;
– Trocar vestimentas e uniformes que estiverem visivelmente sujos, contaminados e/ou manchados por sangue ou outro material potencialmente infeccioso – Categoria IB.
Atualmente são nos apresentados dois tipos de paramentação cirúrgica:
- Tecido de algodão – popularmente conhecida;
- Descartável.
E como escolher a melhor paramentação?
Tecido de algodão:
- É reutilizável;
- Deve ser confeccionado com 100% algodão e textura de aproximadamente 40 a 56 fios por cm²;
- Tecido sempre pode “encolher” ou “desbotar”;
- Não aquece muito como vestimenta cirúrgica (o ambiente cirúrgico deve manter uma temperatura entre 21ºC a 25ºC);
- Não é impermeável (um de seus maiores problemas);
- Necessário uso de lavanderia e posteriormente esterilização;
- A durabilidade do tecido é de aproximadamente 03 meses (65 vezes entre lavagens e autoclavagens);
- No Brasil não há uma normativa com o prazo de validade do tecido;
- ANVISA não exige o registro do tecido;
- Proibido utilização do tecido cerzido, remendado, com furos e/ou rasgos.
Descartável:
- Confeccionado com apenas uma matéria-prima SMS;
- Descartável;
- Possui normativa;
- Possui Ficha de Informação de Segurança para Produtos Químicos (FISPQ);
- Possui registro na ANVISA;
- Impermeável;
- Encontrado no mercado: capote avulso com compressa e kits cirúrgicos.
A Norma ABNT NBR 16064:
– Especifica os requisitos de fabricação e processamento, assim como os métodos de ensaio para avaliação das características dos produtos de saúde.
– Define os requisitos de desempenho de campos cirúrgicos, aventais cirúrgicos e de uso único ou reutilizáveis, utilizados como produtos para saúde por pacientes e profissionais de saúde e para equipamentos, destinados a prevenir a transmissão de agentes infecciosos entre pacientes e a equipe cirúrgica durante cirurgias ou outros procedimentos invasivos.
Portanto, ao escolher o tipo de paramentação cirúrgica devemos sempre levar em conta:
- Qualidade na assistência prestada ao cliente, paramentação atende às recomendações de prevenção de ISC;
- Segurança da equipe cirúrgica;
- Segurança do paciente;
- Diminuindo, assim, o risco de infecção hospitalar.
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