Pesquisadores identificam a presença do novo coronavírus em pangolins

Pesquisadores chineses descobriram evidências de que pangolins malaios sejam portadores do novo coronavírus, segundo um artigo publicado no dia 26 de março.

Pesquisadores chineses descobriram evidências de que um pequeno número de pangolins malaios (Manis javanica) seja portador do novo coronavírus, segundo um artigo publicado revista científica Nature, no dia 26 de março.

Juntamente com os morcegos, os pangolins são os únicos mamíferos conhecidos por serem infectados com cepas muito próximas à do novo coronavírus. Embora o estudo não comprove a relação dos pangolins com a atual pandemia, as evidências indicam a possibilidade de que essa espécie tenha contribuído para o surgimento da SARS-CoV-2.

Semelhanças genéticas

Durante a realização do estudo, as sequências genéticas de diversas cepas de coronavírus encontradas em pangolins foram de 88,5% a 92,4% semelhantes às do novo coronavírus.

Iniciando com amostras de tecido de 18 pangolins apreendidos em operações de combate ao contrabando em 2017 e 2018, eles realizaram testes para detectar a presença de coronavírus.

Foi encontrada a presença do vírus em amostras de cinco dos 18 pangolins, sendo repetido o processo posteriormente com amostras de outros pangolins apreendidos. Neste novo teste também foi detectada a presença do vírus em uma parcela desses indivíduos. Os cientistas, então, sequenciaram os genomas desses vírus e os compararam ao SARS-CoV-2.

Leia também: Covid-19: anticoagulação entra no protocolo de tratamento do Rio de Janeiro

O estudo alerta que a venda e o consumo de pangolins nos mercados de animais vivos devem ser rigorosamente proibidos para evitar futuras pandemias.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), os morcegos são a fonte mais provável do novo coronavírus, mas provavelmente a transmissão ocorreu a outras espécies antes de infectar os humanos.

Comércio de pangolins

Os estudiosos já sabem que os pangolins são portadores de outros coronavírus. Mamíferos ameaçados de extinção, eles são encontrados na Ásia e na África, com o corpo coberto de escamas e que se alimentam de formigas.

Embora o seu comércio internacional esteja proibido, o tráfico de pangolins ainda é imenso. As suas escamas são contrabandeadas e utilizadas na medicina tradicional chinesa, além da sua carne, que é considerada uma iguaria em alguns países.

Como os coronavírus podem ser transmitidos por alguns fluidos corporais, pelas fezes e pela carne do animal, o comércio de pangolins vivos para servirem de alimento representa uma grande preocupação.

Na China, é ilegal comer pangolim, mas o animal ainda pode ser encontrado nos cardápios de restaurantes. Esses mamíferos também estavam disponíveis para venda em mercados de animais vivos até 26 de janeiro, quando o governo do país ordenou o fechamento de todos eles.

É importante citar que, no caso da SARS, o responsável foi um mamífero chamado civeta (com 99,8% de semelhança em comparação com o vírus que causava a doença em humanos). Já a MERS, provavelmente, chegou até nós através de camelos.

Vale lembrar que epidemias estão se tornando mais prováveis à medida que o ser humano invade os habitats de animais selvagens, como alertam alguns estudiosos.

*Esse artigo foi revisado pela equipe médica da PEBMED 

Referências bibliográficas:

Avaliar artigo

Dê sua nota para esse conteúdo

Selecione o motivo:
Errado
Incompleto
Desatualizado
Confuso
Outros

Sucesso!

Sua avaliação foi registrada com sucesso.

Avaliar artigo

Dê sua nota para esse conteúdo.

Você avaliou esse artigo

Sua avaliação foi registrada com sucesso.

Baixe o Whitebook Tenha o melhor suporte
na sua tomada de decisão.

Especialidades