Peste bubônica: quando suspeitar da doença?

Em dezembro, uma paciente de 57 anos foi internada em São Gonçalo (RJ) com suspeita de peste bubônica, uma das doenças mais devastadoras na humanidade. Quais são os sintomas da doença?

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A peste bubônica, uma das doenças mais devastadoras na humanidade, voltou aos noticiários. Na última semana, em vários jornais, tem sido comentada a internação de uma paciente com 57 anos, no Hospital Luiz Palmier, em São Gonçalo (RJ), com a presença da bactéria Yersinia pestis, causadora da peste bubônica. Os exames ainda serão reavaliados pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e a paciente segue em isolamento.

Segundo a Secretaria, “a mulher deu entrada no dia 22 de dezembro no Hospital Luiz Palmier, com quadro de insuficiência cardíaca e foi encaminhada para internação, onde foi realizado o procedimento padrão de coleta de amostras oral, nasal e anal. Por estar com uma ferida em uma das pernas, também foi solicitada amostra da pele que diagnosticou a presença da bactéria Yersinia pestis. A paciente começou então a fazer o tratamento através de antibióticos e está sendo acompanhada em leito de isolamento”.

A prefeitura também informou que medidas foram tomadas no sentido de tentar controlar a disseminação da doença, além de isolarem a paciente, uma equipe de controle de zoonoses foi até a residência da paciente para realizar inspeção de pragas e roedores. Segundo relatos, nada suspeito foi encontrado.

Em entrevista dada ao G1, o médico Sylvio Provenzano, presidente do Cremerj, disse que “o último caso descrito aqui no Brasil foi em 2005, os focos da doença no Brasil são em dois lugares: Ceará e Teresópolis.”

ATUALIZAÇÃO DO CASO (14/01/19)

O Governo do Estado do Rio de Janeiro divulgou uma nota, no dia 14 de janeiro, com o resultado final do Laboratório Central de Saúde Pública Noel Nutz (LACEN-RJ), em que comunicou que as culturas da paciente foram negativas para a bactéria Yersinia Pestis, que causa a peste bubônica. Confira trechos da nota:

“NOTA INFORMATIVA SVS No 01/2019
Esclarecimentos acerca da suspeita de caso de peste bubônica em São Gonçalo.
A Secretaria de Estado de Saúde, por meio da Subsecretaria de Vigilância em Saúde, após análise em amostras enviadas pelo município, realizada pelo Laboratório Central de Saúde Pública Noel Nutels — LACEN/RJ, utilizando técnicas recomendadas pelo Laboratório de Referência Nacional da Fiocruz/MS, vem através desta nota comunicar que o resultado foi negativo para a bactéria Yersinia pestis, sendo identificada outra espécie de bactéria, comum em lesões de pele.”

peste bubônica

Sobre a peste bubônica

Y. pestis é transmitida por pulgas. A manifestação clínica mais comum é a linfadenite febril aguda, denominada peste bubônica. No geral, a mortalidade estimada é de 60 a 100% na peste não tratada, em comparação com menos de 15% com o tratamento, que é feito com antibióticos, principalmente aminoglicosídeos.

Existem três principais síndromes clínicas associadas à doença: peste bubônica, peste septicêmica e peste pneumônica. A peste bubônica é responsável por 80 a 95% dos casos; A peste septicêmica é responsável por 10 a 20% dos casos. A peste pneumônica é geralmente rara.

Quando pensar em peste?

Um alto índice de suspeita deve ser mantido para fazer um diagnóstico oportuno de peste. Pacientes com febre e linfadenopatia dolorosa devem ser questionados sobre viagens para áreas de doença endêmica. Além disso, o contato de animais ou roedores nos 10 dias precedentes pode fornecer pistas que levantam suspeitas para o diagnóstico de peste. O diagnóstico de peste é estabelecido pelo isolamento do organismo em cultura ou por testes sorológicos.

Três importantes pistas diagnósticas incluem:

  • A presença de febre em uma pessoa com contato conhecido com roedores mortos ou residência ou viagem para uma região endêmica de peste.
  • A presença de febre, hipotensão e linfadenite regional inexplicada.
  • A presença de achados clínicos de pneumonia em associação com hemoptise e escarro contendo bastonetes Gram-negativos na coloração de Gram.

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