PET/CT PSMA: quando o guideline recomenda indicar esse método?

Ao tratarmos acerca de uma tecnologia já conhecida, porém ainda pouco acessível, como o caso do PET/CT, é fundamental entendermos como funciona.

Para o início de tudo, ao tratarmos acerca de uma tecnologia, para nós brasileiros, já conhecida, porém ainda pouco acessível, como o caso do PET/CT (tomografia computadorizada por emissão de pósitrons), é fundamental entendermos basicamente como essa ferramenta funciona.

médico realizando tomografia computadorizada PET/CT em paciente

Estudo do PET/CT

O estudo de PET/CT se baseia na premissa da união/fusão de duas imagens básicas do paciente, o estudo de PET, uma imagem basicamente funcional do tecido/órgão, juntamente a imagem da TC (tomografia computadorizada), um imagem anatômica do paciente. A grande sacada do exame são os radioisótopos/radiotraçador, moléculas radioativas, que podem ser estudadas pelo PET.

O grande carro chefe e amplamente conhecida é a molécula de 18F-FDG (fluordeoxiglicose), que resumidamente, já pedindo licença para simplificar visando o fácil entendimento, nada mais é que uma molécula de glicose alterada ligada a um radiotraçador emissor de radiação, radiação essa que será interpretada e traduzida em uma imagem.

Leia também: Uso do PET-CT para rastreio do câncer em pacientes com TVP

Esse é o conceito base de funcionamento do PET/CT, entendendo isso, o grande exame atualmente em discussão e que certamente você já foi questionado sobre, ou mesmo teve dúvidas a respeito, é o chamado PET-PSMA, mas o que seria esse exame e quais as suas indicações? Vamos ver…

O termo PSMA, vem do inglês Prostate-specific Membrane Antigen, que significa antígeno de membrana específico da próstata, trata-se de uma glicoproteína ligada à membrana no carcinoma prostático. Seguindo a mesma premissa do 18F-FDG, a molécula de PSMA foi então ligada ao radiotraçador 68Ga (gálio-68), com o objetivo de que a glicoproteína se ligaria a membrada das células do carcinoma prostático levando o 68Ga consigo, gerando assim uma imagem interpretável, nos mostrando a localização das metástases/tecido de carcinoma prostático. E assim como todo método complementar, existe suas vantagens e desvantagens, sendo sua interpretação dependente de profissional qualificado e treinado para tal.

Indicações

De posse agora, de como o estudo/exame basicamente funciona, vem na nossa cabeça as grandes questões, quando pedir? Quais suas indicações?

Essas, meus amigos, são as perguntas a serem feitas, a discussão e os trabalhos que vem por sair, tentam enquadrar qual o melhor momento e qual a diferença/impacto no prognóstico do paciente com câncer de próstata.

O que temos atualmente é a recomendação do guideline da Sociedade Européia de Medicina Nuclear, que enquadra o 68Ga-PSMA PET/CT em dois principais cenários de indicações, os quais são:

  • Detecção de metástases em vigência de recorrência bioquímica – sendo recomendado em pacientes com baixo PSA, entre 0,2 e 10 ng / mL, para identificar o local da recorrência e orientar a terapia de resgate.
  • Estadiamento primário na doença de alto risco antes de procedimentos cirúrgicos ou planejamento radioterapêutico – em pacientes com doença de alto risco (escore de Gleason> 7, PSA> 20 ng / mL, estágio clínico T2c – 3a), vários estudos demonstraram a superioridade do 68Ga-PSMA PET / CT em comparação a TC, ressonância magnética ou cintilografia óssea para detecção de metástases, neste cenário. Sempre lembrando que para detalhamento de invasão local tumoral (se solicitado pelo cirurgião), a RM pélvica é o melhor método.

Para finalizar, a imagem de 68Ga-PSMA PET/CT veio para agregar e aumentar significativamente a sensibilidade de detecção metastática do carcinoma prostático, principalmente no âmbito linfonodal e a distância. Além também de permitir o planejamento terapêutico com radionuclídeos, seguindo o modelo teragnóstico, que vem surgindo como uma nova esperança de alternativa de tratamento dos pacientes.

Referências bibliográficas:

  • 68Ga-PSMA PET/CT: Joint EANM and SNMMI procedure guideline for prostate cancer imaging: version 1.0
  • Radiotheranostics in Cancer Diagnosis and Management; Radiology: Volume 286: Number 2—February 2018

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