Poliquimioterapia única: a mudança no combate à hanseníase

Em janeiro a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) promove o mês de conscientização e combate à Hanseníase.

Em janeiro a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) promove o mês de conscientização e combate à Hanseníase. A doença constitui um problema de saúde pública e permanece endêmica no Brasil e outros países, como Indonésia e Índia, com mais de 130 mil novos casos entre 2015 a 2019, de acordo com o Boletim Epidemiológico Especial da Hanseníase.

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Poliquimioterapia única a mudança no tratamento da hanseníase

Agente Etiológico

A doença é causada pelo Mycobacterium leprae (bacilo de Hansen), com elevada infectividade e baixa patogenicidade, assim, poucas pessoas infectadas de fato adoecem. Sua apresentação é normalmente insidiosa, e o período de incubação pode levar anos.

Apresentação Clínica

O principal acometimento é dermatológico e neurológico, com acometimento de nervos periféricos, o que justifica a possível perda de sensibilidade no local das lesões. As lesões cutâneas podem ser máculas hipocrômicas (hipo ou anestésicas), placas, nódulos, tubérculos, ou mesmo infiltração cutânea, sem lesões de pele aparentes.

Mudança no Tratamento da Hanseníase

De acordo com a OMS, a Hanseníase pode ser dividida em paucibacilar, quando o paciente apresenta até 5 lesões, ou multibacilar, quando apresenta mais de 5 lesões. Até 2021, o tratamento das formas paucibacilares era diferente das formas multibacilares. Nas formas paucibacilares eram utilizadas a rifampicina e dapsona por 6 meses, já nas formas multibacilares eram utilizadas rifampicina, dapsona e clofazimina por 12 meses.

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Em 2021, o Ministério da Saúde emitiu uma nota técnica para implantação do novo esquema de tratamento para a Hanseníase, a chamada poliquimioterapia única (PQT-U). Nesse novo esquema, tanto as formas paucibacilares quanto as multibacilares serão tratadas da mesma forma, com 3 drogas: rifampicina, clofazimina e dapsona, mantendo o tempo original do antigo tratamento (6 meses para as formas paucibacilares e 12 meses para as formas multibacilares).

Conclusão

Atualmente grande parte dos diagnósticos e tratamentos de Hanseníase são realizados na atenção primária. No entanto, ainda existe baixa acurácia dos profissionais de saúde no diagnóstico e classificação da  doença, assim como baixa disponibilidade de métodos auxiliares ao diagnóstico como a baciloscopia. Uma das vantagens da PQT-U é, portanto, uniformizar o tratamento em casos de erros na classificação da Hanseníase.

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