Ponte miocárdica na artéria descendente anterior: você sabe identificar e tratar?

O Journal of the American College of Cardiology publicou uma revisão sobre a ponte miocárdica na artéria descendente anterior. Veja os principais pontos:

Journal of the American College of Cardiology publicou uma revisão sobre a ponte miocárdica na artéria descendente anterior. Veja os principais pontos:

Apresentação:

Ponte miocárdica é o termo para o músculo que sobrepõe o segmento intramiocárdico da artéria coronária epicárdica (denominada artéria túnel). Dr. Ronaldo Gismondi, doutor em Medicina e professor de Clínica Médica na Universidade Federal Fluminense, explica esta anomalia congênita:

“A ponte miocárdica ocorre em até 25% da população, sendo a grande maioria (+90%) na artéria descendente anterior (DA). A maioria das lesões tem curso benigno e é assintomática. Contudo, alguns fatores aumentam a chance da ponte miocárdica provocar isquemia: profundidade, comprimento do vaso sob a ponte, placa aterosclerose adjacente, espasmo coronariano, hipertrofia do VE e redução do tempo de diástole”.

Sintomas e diagnóstico

“O sintoma típico é a presença de angina (crônica ou uma síndrome coronariana aguda), muitas vezes com teste funcional provocativo positivo, cuja coronariografia detecta o estreitamento dinâmico da DA. O uso de nitroglicerina, os testes provocativos com dobutamina e o ultrassom intracoronariano aumentam a sensibilidade do exame. As TCs modernas têm aumentado sua acurácia na detecção da ponte miocárdica e são hoje uma excelente alternativa à coronariografia”, esclarece Dr. Ronaldo.

Manejo

A variabilidade nos sintomas clínicos, os resultados dos testes não-invasivos e a presença de outras condições podem influenciar as opções e os resultados do tratamento. A estratégia de manejo proposta nesta revisão, com base na presença de sintomas clínicos e / ou sinais objetivos de isquemia, é:

 

Imagem retirada do artigo no site Journal of the American College of Cardiology

 

“O tratamento da ponte miocárdica é indicado nos pacientes sintomáticos e/ou com teste funcional positivo. A medicação de primeira linha são os betabloqueadores, que reduzem o consumo de oxigênio do miocárdio e aumentam o tempo de diástole.

Os bloqueadores dos canais de cálcio,diltiazem e verapamil, e a ivabradina são alternativas farmacológicas. Os nitratos são contra-indicados, pois não conseguem dilatar a porção intramiocárdica da DA e, ao dilatarem vasos colaterais, podem ocasionar o fenômeno de “roubo coronariano”.

Caso o paciente permaneça sintomático, as opções são a angioplastia e a cirurgia. É importante ressaltar que a cirurgia é de menor porte e mortalidade em relação à revascularização e que o uso de stents está associado a maior risco de complicações, notadamente trombose e fratura do stent. Por isso, muitos autores recomendam a insistência no tratamento clínico e, na falha deste, a cirurgia”, finaliza Dr. Ronaldo.

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Referências:

  • Left Anterior Descending Artery Myocardial Bridging. Tarantini G Migliore F Cademartiri F Fraccaro C Iliceto S. Journal of the American College of Cardiology, 2016 vol: 68 (25). DOI: 10.1016/j.jacc.2016.09.973

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