Precisamos dar atenção também aos cuidadores

Em alguns casos, faz-se imperativo uma mudança dentro da rotina com acarretamento de responsabilidades a algum cuidador, seja profissional contratado ou não

Fazer visitas ao lar é uma prática altruísta e necessária para a comunidade em geral. Internações domiciliares, acamados por sequelas ou pós-cirúrgicos, idosos com discinesia ou qualquer outra causa que impossibilite a locomoção de cidadãos ao ponto de atendimento, implicam uma necessidade de cuidados direcionados aos mesmos.

Logo, faz-se imperativo uma mudança dentro da rotina com acarretamento de responsabilidades a algum cuidador, seja profissional contratado ou, como na maioria das vezes, um familiar de bom coração.

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Mas engana-se quem pensa que os cuidados são poucos, e que não há estresse e mudanças drásticas na vida do cuidador. São preocupações com medicações, responsabilizações legais, alimentação, higiene, bem-estar, imprevistos.

enfermeiro cuidador segurando as mãos de paciente idosa em cadeira de rodas

Sobre os cuidadores

Por vezes, estes seres afáveis abnegam-se das próprias vontades para dedicar-se ao cuidado alheio, concentram todas as forças na saúde do paciente, esquecem de seu próprio cuidado e acabam sofrendo sem perceber, esgotam suas energias e não percebem que há alterações de patologias pré-existentes ou que estão debutando com algo.

Detecções de afetações como depressão, estresse, ansiedade, insônia, alterações de doenças crônicas e até mesmo classificações novas, como o burnout, estão sendo muito comuns, principalmente naqueles que dedicam grande parte de seu tempo aos cuidados, que em média está por volta de 24 horas por semana, sendo que cerca de 61%, quando indagados, relata a necessidade de atenção em saúde mental.

De fato, quando se trabalha na área da saúde, supostamente se está mais preparado para tais enfrentamentos, mas não se excetuam de forma alguma os momentos copiosos em que se acabam por imperceptivelmente absorver as dores de inúmeras casas e pacientes conhecidos, sendo o cuidador profissional também afetado ao vivenciar em conjunto as situações. E de igual forma, já sendo difícil para um familiar sem treinamento prévio conduzir a situação, torna-se ainda mais desafiador perceber os flagelos oriundos da boa ação.

Apela-se, portanto, à todo integrante do cuidado, desde familiares no lar à agentes de saúde e médicos em visitas, que zelem pelo cuidado não só do paciente primordial, mas também indaguem sobre as condições em que se encontram seus cuidadores, entes ou sanitaristas, pois o cuidado integral deve ser dado à todos, o que resulta no bem estar comum e um melhor auxílio na atenção continuada do paciente em questão.

Não há dúvidas, para cuidar é necessário se cuidar!

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