Alta concentração de eosinófilos pode predizer DPOC mais grave

Pesquisadores investigaram se a presença de altas concentrações de eosinófilos no escarro ou no sangue pode estar associada a DPOC mais grave.

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Tanto o excesso como a redução dos eosinófilos pode ser a ponta de um iceberg e estar por trás de doenças importantes. Em artigo do The Lancet, publicado em 2017, pesquisadores investigaram se a presença de altas concentrações de eosinófilos no escarro ou no sangue pode estar associada a Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) mais grave.

Para esse estudo multicêntrico observacional, os autores utilizaram dados do SPIROMICS (Subpopulations and intermediate outcome measures in COPD) de pacientes com idades entre 40 e 80 anos, com DPOC, que tinham uma história de tabagismo de, pelo menos, 20 maços-ano, entre 2010 e 2015.

amostras de sangue

Concentrações de eosinófilos no sangue e DPOC

Entre os participantes do SPIROMICS, 2.499 eram fumantes e tinham dados de exames de sangue disponíveis para análise. Destes, 1.262 pacientes apresentavam baixas concentrações de eosinófilos no sangue (<200 por μL) e 1.237 altas concentrações (≥200 por μL).

Oitocentos e vinte e sete indivíduos foram elegíveis para estratificação por concentração de eosinófilos no catarro, sendo 656 considerados com baixa concentração (<1,25%) e 171 com alta (≥1,25%).

Resultados

O grupo com eosinófilos em grande quantidade no catarro apresentou uma porcentagem menor de VEFdo que o grupo com baixa concentração, antes (65,7% vs. 75,7%; p<0,0001) e depois (77,3% vs. 82,9%; p=0,001) da broncodilatação. As taxas de enfisema, aprisionamento de ar e exacerbações que precisaram de tratamento com corticosteroides também foram maiores no grupo com altas concentrações de eosinófilos.

Em relação à presença de eosinófilos no sangue, os pesquisadores também encontraram diferenças entre os grupos com alta e baixa concentração, no entanto elas não foram significativas e não tiveram associação com exacerbações e outras evidências de DPOC mais grave (p=0,35).

Pelos achados, os pesquisadores concluíram que altas concentrações de eosinófilos no escarro foram um biomarcador melhor do que no sangue para identificar pacientes com DPOC mais grave. Por isso, eles sugerem que ensaios clínicos visando a inflamação eosinofílica na DPOC devem considerar essa avaliação.

LEIA MAIS: Eosinofilia: abordagem ao paciente com aumento de eosinófilos

*Esse artigo foi revisado pela equipe médica da PEBMED

 

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