Principais pontos da diretriz da AHA sobre prevenção de AVC em paciente com AIT

Para entender e agir melhor no tratamento do acidente vascular cerebral (AVC) trouxemos pontos chaves importantes sobre a diretriz americana.

O acidente vascular cerebral (AVC) é uma das principais causas de mobimortalidade no mundo, trata-se de uma doença prevenível, ainda sim, ganha destaque nos boletins epidemiológicos. Para entender e agir melhor no tratamento do AVC trouxemos pontos chaves importantes sobre a diretriz americana.

  • Cerca de 90% dos casos são preveníveis apenas controlando fatores de risco para doença, entretanto, mesmo pacientes com pós-AVC, controlam mal a glicemia, hipertensão ou dislipidemia em sua grande maioria. Mudanças no estilo de vida como prática de atividade física e cessação do tabagismo também têm pouca aderência.
  • A diretriz  afirma que tanto pacientes com AVC documentado, quanto pacientes com ataque isquêmico transitório (AIT) devem receber a mesma profilaxia secundária. 
  • Devemos ter atenção aos subtipos de AVC, com causas específicas que demandam estratégias individualizadas.

  • Pacientes com sequelas motoras pelo AVC devem ser encorajados a adotar um estilo de vida ativo, mesmo com as limitações de mobilidade.

  • A fibrilação atrial é arritmia relativamente comum em pacientes com AVC, sua apresentação pode ser paradoxal, levando a necessidade de monitorização do ritmo cardíaco de forma prolongada ou mesmo por várias vezes. Procurar fibrilação atrial em pacientes com AVC é importante, pois em grande parte dos casos a anticoagulação faz diferença. 

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  • É sempre bom lembrar das metas de pressão arterial < 130×80 mmHg.

  • A meta de colesterol nesses pacientes é menor ou igual 70 mg/dl. Para atingir essa meta podem ser utilizadas estatinas de alta potência, ezetimibe ou inibidores da PCSK9.

  • Em pacientes com diabetes as metas de hemoglobina glicada devem ser iguais ou menores que 7%. A metformina é praticamente universal nos tratamentos, porém os agonistas GLP1 e os inibidores SGLT2 ganham bastante destaque nesse tipo de paciente.

  • A prevenção secundária é feita com antiagregação plaquetária em pacientes sem evidência de origem cardioembólica, para pacientes com etiologia cardioembólica a anticoagulação é a terapia de escolha.

  • Pacientes jovens com AVC devem ser triados para patência do forame oval. A oclusão do forame oval, apesar de ainda incerta na literatura em relação a resultados, é uma opção razoável em pacientes de alto risco.

  • A dupla antiagregação com AAS e clopidogrel por longo tempo não é indicada em pacientes com AVC, ela pode ser mantida por um curto período em pacientes com aterosclerose intracraniana sintomática ou AVC/AIT menor.

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  • Pacientes com AVC embólico onde a fonte seja desconhecida não devem ser tratados com anticoagulação ou ticagrelor.

  • Pacientes com AVC sem grandes sequelas e obstrução carotídea ipsilateral importante devem ter o vaso abordado com angioplastia ou endarterectomia a depender de comorbidades ou anatomia do vaso.

  • Um tratamento multidisciplinar é mais eficaz que simples conselhos nas mudanças de estilo de vida.

Referências bibliográficas:

  • Kleindorfer DO, Towfighi A, Chaturvedi S, et al. 2021 Guideline for the Prevention of Stroke in Patients With Stroke and Transient Ischemic Attack: A Guideline From the American Heart Association/American Stroke Association. Stroke 2021;May 24. doi: 10.1161/STR.0000000000000375

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