Profissionais de saúde colonizados ou infectados por MDRO representam um risco para os pacientes?

Estudo foi conduzido para avaliar a associação entre o contato do paciente e o transporte de MDRO pelos profissionais de saúde e profissionais sem contato com o paciente.

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As infecções causadas por micro-organismos resistentes a múltiplos antimicrobianos (MDRO, sigla do inglês multidrug-resistant organisms) são cada vez mais prevalentes nos ambientes hospitalares. A gravidade e a extensão das doenças causadas por esses patógenos variam de acordo com a população afetada e a instituição em que são encontrados. O aumento da morbidade e da mortalidade decorrente dessas infecções está relacionado ao difícil tratamento, em razão da pouca disponibilidade de medicamentos eficazes.

No início do ano de 2017 a Organização Mundial da Saúde (OMS) publicou uma lista de “agentes patogênicos prioritários” resistentes aos antibióticos, ou seja, um catálogo de bactérias que representam maior ameaça para a saúde humana. A lista foi elaborada com o intuito de orientar e promover a pesquisa e desenvolvimento de novos antibióticos, como parte dos esforços da OMS para enfrentar a crescente resistência global aos medicamentos antimicrobianos.

Existe uma preocupação de que os profissionais de saúde com higiene das mãos subótima que cuidem dos pacientes colonizados ou infectados com MDRO também possam se colonizar, o que poderia potencialmente transmitir esses patógenos a outros pacientes. Até o momento, os estudos que abordaram esta questão foram limitados por pequenos números e não incluíram profissionais de saúde de instituições dos EUA.

Um estudo observacional publicado no Clinical Microbiology and Infection foi conduzido com o objetivo de avaliar a associação entre o contato do paciente e o transporte de MDRO pelos profissionais de saúde e profissionais sem contato com o paciente.

Veja também: ‘Programas de administração de antibióticos reduzem incidência de infecções bacterianas?’

Para este estudo observacional, foram recrutados 400 profissionais de saúde e 400 indivíduos sem contato com pacientes colonizados. O recrutamento ocorreu entre novembro de 2013 e fevereiro de 2015.

Os organismos produtores de betalactamase de espectro estendido (ESBL) foram recuperados de 3,4% dos participantes e apenas um organismo produtor de carbapenemase foi recuperado. Não foram detectados enterococos resistentes à vancomicina.

A exposição potencial de 68,9% dos profissionais de saúde que relataram cuidar de pacientes colonizados por MDRO não resultou em uma taxa de transporte de MDRO entre os profissionais de saúde (4,0%) significativamente maior do que a equipe sem contato com o paciente (3,2%; p=0,55).

Desta forma, o estudo concluiu que a baixa taxa de colonização provavelmente reflete as taxas de base da comunidade local, sugerindo que a colonização dos profissionais de saúde desempenha um papel reduzido na disseminação de MDROs. Entretanto, deve-se salientar a importância da adesão de 100% dos profissionais de saúde às medidas de precaução e higiene das mãos antes e depois de tratar um paciente, após o contato de fluidos e antes de inserir cateteres, por exemplo.

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Referências:

  • Decker BK, Lau AF, Dekker JP, Spalding CD, Sinaii N, Conlan S, Henderson DK, Segre JA, Frank KM, Palmore TN, Healthcare personnelintestinal colonization with multidrugresistant organisms, Clinical Microbiology and Infection (2017), doi: 10.1016/j.cmi.2017.05.010

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