O uso de prontuários eletrônicos tem sido defendido por muitos profissionais de saúde e, recentemente, foi definido pelo Ministério da Saúde que os municípios do Brasil tem até dezembro para implantar a tecnologia nos hospitais públicos. Mas a ferramenta é mesmo uma boa solução para médicos e pacientes?
No último estudo publicado sobre o assunto, a revista Annals Of Internal Medicine divulgou que os médicos americanos que usam prontuários eletrônicos gastam duas horas com a ferramenta a cada uma hora gasta com o paciente.
A tecnologia que veio para agilizar e simplificar o preenchimento de formulários tem, na verdade, atrasado bastante esse processo. Um dos motivos é que a maioria dos hospitais não exige a certificação digital individual. O que isso significa? Que para o documento ter valor legal, é preciso imprimir, assinar e carimbar manualmente todos os formlários e prescrições.
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A publicação da Annals Of Internal Medicine divulgou também que os pacientes estão cada vez mais insatisfeitos com o tempo gasto diretamente com eles durante a consulta. Frente a essa realidade, como ficará o atendimento nos hospitais públicos do Brasil, que já precário?
“Devemos olhar para outras experiências ao redor do mundo sobre o tema, como EUA e Austrália, e incorporar aquilo que seja condizente a nossa dura realidade do SUS, que hoje possui muitos outros problemas, alguns deles mais graves do que o uso de um sistema eletrônico para atendimento e registro” – opina Dr. Bruno Lagoeiro, médico do Hospital Pró-Cardíaco RJ.
Qual é o real benefício do prontuário eletrônico para médicos e pacientes? Enquanto novos estudos começam a questionar a maneira como esta ferramenta funciona, o Brasil se prepara para englobar a tecnologia em todo o território. O real impacto que isso causará no sistema de saúde pública ainda será visto.