Próteses de joelho em pacientes com história anterior de artrite séptica falham mais?

Um estudo recente analisou as taxas de sobrevida de pacientes com artrite séptica após o implante utilizando tratamento de infecção.

A decisão de realizar uma artroplastia total do joelho (ATJ) em um joelho previamente infectado envolve um maior risco de infecção e um receio de uma falha precoce. Não existe consenso sobre a estratégia de escolha para este grupo de pacientes, sendo possível a abordagem em um ou dois tempos com diferentes protocolos.

Um artigo recente, publicado em março de 2020, na revista The Journal of Arthroplasty, relata os resultados de realizar uma ATJ primária em pacientes com história prévia de artrite séptica. O estudo analisa as taxas de sobrevida desses pacientes após o implante, utilizando estratégias atuais de tratamento de infecção em um tempo cirúrgico único.

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Paciente com artrite séptica após artroplastia total de joelho

Estudo de pacientes com artrite séptica

A amostra incluiu 68 casos com história prévia de infecção, operados entre 2010 a 2018, com acompanhamento mínimo de um ano. Todos os pacientes foram submetidos ao mesmo protocolo cirúrgico e receberam antibiótico sistêmico e local como tratamento.

Os critérios de inclusão foram uma infecção articular resolvida com base nas seguintes medidas pré-operatórias:

  1. Ausência de sinais clínicos e sintomas de infecção aguda ou inflamação articular local.
  2. Radiografias da articulação do joelho sem sinais de infecção ativa.
  3. Marcadores inflamatórios séricos normais, como VHS, PCR e leocometria.
  4. Punção articular com resultado de cultura negativa realizada 14 dias antes da cirurgia.
  5. No mínimo, um ano do quadro infeccioso. Além disso, no intraoperatório, amostras de tecido foram enviadas para análise microbiológica e histopatológica em todos os casos.

Após a cirurgia, foi iniciado esquema antibiótico sugerido pela equipe de infectologia de acordo com as culturas do quadro infeccioso tratado imediatamente após obtenção de amostras microbiológicas intraoperatórias. As próteses foram implantadas com uso de cimento com antibiótico. Pacientes com culturas negativas mantiveram o uso de antibiótico até a cicatrização da ferida operatória e regressão dos marcadores inflamatórios. Pacientes com identificação do germe foram submetidos ao mesmo tratamento diferindo no direcionamento da antibioticoterapia após resultado das culturas.

Resultados

Dos 68 joelhos, quatro precisaram de revisão (5,9%). Estas incluíram duas revisões sépticas (2,9%), uma artrólise aberta para artrofibrose (1,5%) e uma revisão asséptica devido à soltura do implante (1,5%). 64 joelhos (94%) sobreviveram sem quaisquer intervenções cirúrgicas. A análise de Kaplan-Meier demonstrou uma sobrevivência geral livre de infecção de 97,1%, em uma média de cinco anos (intervalo de 1-9, desvio padrão ± 2,5 anos).

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Conclusão

ATJ é uma opção adequada para pacientes com artrite séptica prévia do joelho, desde que a técnica cirúrgica adequada seja respeitada em associação à utilização de antibióticos sistêmicos e locais de maneira adequada.

Referência bibliográfica:

  • Ohlmeier M, Delgado G, Calderon CA, Hartwig C-H, Gehrke T, Citak M. Are Patients With a History of Septic Arthritis Undergoing Total Knee Arthroplasty at Higher Risk for Revision Surgery? A Single-Center Study. The Journal of Arthroplasty. 2020 Jul 1;35(7):1857–61.

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