Pseudolesões dos cornos anteriores dos meniscos

Um estudo reporta a possibilidade de se confundir o ligamento intermeniscal com lesões dos cornos anteriores dos meniscos,

A ressonância magnética é o melhor método minimamente invasivo para a avaliação das lesões meniscais. Apesar da acurácia do exame, algumas estruturas anatômicas podem ser confundidas com lesões, especialmente na presença de variações anatômicas.O ligamento transverso do joelho, também conhecido como ligamento intermeniscal, é uma estrutura anatômica presente na região anterior do joelho e intimamente relacionada com os cornos anteriores dos meniscos. Suas frequência e trajeto podem ser variáveis.

Um estudo foi publicado em fevereiro de 2021 reportando a possibilidade de se confundir o ligamento intermeniscal com lesões dos cornos anteriores dos meniscos (detecção de pseudolesões). O estudo também aborda as possíveis variações do trajeto deste ligamento e o efeito de imagem que estas alterações produzem, inclusive na indução da interpretação de uma pseudolesão do cornos anteriores dos meniscos.

O objetivo do estudo foi observar a morfologia do ligamento intermeniscal, por meio da ressonância magnética (RM), e analisar a causa do sinal no corno anterior que pode ser confundido com uma lesão. Trata-se de um estudo retrospectivo observacional, não comparativo, do tipo série de casos, Nível III de evidência.

Um estudo reporta a possibilidade de se confundir o ligamento intermeniscal com lesões dos cornos anteriores dos meniscos,

É possível se confundir ligamento intermeniscal com lesões dos cornos anteriores dos meniscos?

Os pacientes que realizaram exames de ressonância magnética da articulação do joelho, no departamento de ortopedia do hospital que conduziu o estudo, entre julho de 2016 a agosto de 2019, foram identificados. A taxa de ocorrência, comprimento, largura, espessura, forma da secção transversal, padrão, aparência e posição em relação ao corno anterior do menisco lateral e medial e as variações anatômicas do ligamento intermeniscal foram observadas multiplano e multisequência. A frequência e a causa do sinal que reproduzia uma pseudolesão também foi observada.

Os critérios de inclusão dos participantes foram os seguintes: idade superior a 18 anos; registro completo da ressonância magnética; relato completo de inventário artroscópico do joelho, com exclusão de lesões meniscais verdadeiras do corno anterior dos meniscos. Os critérios de exclusão foram: artroscopia e /ou exame de ressonância magnética mostrando trauma grave no joelho (fratura do platô tibial, ruptura do ligamento cruzado anterior e ligamento cruzado posterior); alterações articulares degenerativas severas (grau radiológico Kellgren e Lawrence superior a 3); ou presença de artefatos óbvios de movimento.

Resultados

Os dados de 101 pacientes foram analisados. Entre eles, 60 eram do sexo masculino e 41 do feminino. A média de idade foi de 42,01 (18-75) anos. A taxa de ocorrência do ligamento intermeniscal foi de 67,3% (68/101), o comprimento médio foi 38,75 ± 3,56 mm, o diâmetro coronal mediano foi 1,79 ± 0,60 mm, o diâmetro sagital mediano foi 1,88 ± 0,35 mm e a morfologia da secção transversal era principalmente oval e redonda.

Foram encontrados cinco tipos de conexão do ligamento intermeniscal ao corno anterior do menisco medial:

    • tipo 1: localizado na borda frontal;
    • tipo 2: localizado na borda frontal superior;
    • tipo 3: localizado na borda superior;
    • tipo 4: localizado na borda superior posterior;
    • tipo 5: localizado na borda posterior do corno anterior do menisco medial.

Foi encontrado apenas um tipo de inserção do ligamento intermeniscal no corno anterior do menisco lateral, localizado na borda anterior superior do corno anterior do menisco. Foram constatados quatro casos do sinal de pseudolesão no corno anterior do menisco, sendo três no menisco lateral e um no menisco medial. O sinal de pseudolesão do corno anterior do menisco, causado pelo ligamento intermeniscal, foi observado em uma taxa de 5,88% (4/68).

Conclusões

No exame de ressonância magnética do joelho, o corno anterior do menisco às vezes mostra um sinal sugestivo de lesão. De acordo com a forma e a rota do ligamento intermeniscal na ressonância magnética e a direção e posição do sinal da pseudolesão do corno anterior do menisco, as rupturas verdadeiras e falsas do corno anterior do menisco podem ser diferenciadas.

Referência bibliográfica

  • Kang C, Wu L, Pu X, Tan G, Dong C, Yan Z, et al. Pseudotear Sign of the Anterior Horn of the Meniscus. Arthroscopy. 1o de fevereiro de 2021;37(2):588–97.

 

Avaliar artigo

Dê sua nota para esse conteúdo

Selecione o motivo:
Errado
Incompleto
Desatualizado
Confuso
Outros

Sucesso!

Sua avaliação foi registrada com sucesso.

Avaliar artigo

Dê sua nota para esse conteúdo.

Você avaliou esse artigo

Sua avaliação foi registrada com sucesso.

Baixe o Whitebook Tenha o melhor suporte
na sua tomada de decisão.