Quais os resultados de cirurgia de revisão de reconstrução do ligamento cruzado anterior em praticantes de futebol?

Lesões do ligamento cruzado anterior (LCA) são comuns na prática de futebol, muitas das vezes em traumas sem contato físico.

Lesões do ligamento cruzado anterior (LCA) são comuns na prática de futebol, muitas das vezes em traumas sem contato físico. O tratamento cirúrgico instituído é a reconstrução do ligamento com o objetivo de promover o retorno dos atletas às atividades. Entretanto, alguns estudos demonstraram altas taxas de re-ruptura e necessidade de revisão cirúrgica.

Apesar de na população geral os estudos demonstrarem piores resultados após cirurgias de revisão de reconstrução do LCA, não há dados sobre resultados dessas cirurgias em praticantes de futebol. Um estudo de coorte prospectivo foi publicado recentemente na revista Bone and Joint Open com o objetivo de avaliar a taxa de retorno ao esporte de praticantes de futebol após revisão de reconstrução de LCA e testar a hipótese de que a escolha do enxerto e o sexo estariam associados a diferenças estatísticas no “return to play”.

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Quais os resultados de cirurgia de revisão de reconstrução do ligamento cruzado anterior em praticantes de futebol

O estudo

O estudo multicêntrico contou com 95 participantes submetidos à revisão de LCA de 12 diferentes hospitais nos Estados Unidos. A média de idade dos pacientes foi de 24 anos, com os homens tendo uma média de 28,1 e as mulheres de 20 anos. Nas mulheres, em 51% dos casos o membro lesionado foi o dominante, enquanto que nos homens essa porcentagem foi de 48%. Não houve diferença relevante entre os sexos na escolha do enxerto utilizado na cirurgia. A maior parte dos atletas disputavam competição de ensino médio (38%), seguidos por adultos em atividades recreacionais (25%) e universitários (17%).

Em uma média de 9,6 meses após a cirurgia de revisão, 63% dos pacientes retornaram ao esporte, sendo 70% dos homens e 56% das mulheres. Desses pacientes, 78% retornaram ao mesmo nível de performance de jogo. Em um follow-up de 6 anos, a prática do futebol caiu significativamente (p < 0,001, teste qui-quadrado) para 19% dos pacientes (21% dos homens e 18% das mulheres). Contando os participantes que continuaram jogando futebol após 6 anos, apenas 64% seguiram jogando com o mesmo nível de performance, sendo significativamente estatístico (p < 0,001, teste qui-quadrado).

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O retorno ao esporte não esteve associado a idade, sexo ou tipo de enxerto e 71% dos pacientes que não retornaram ao esporte justificaram como sendo o joelho lesionado a causa do afastamento. A taxa de reoperação após a revisão foi de 12%, sendo 20% das mulheres e 4,5% dos homens (p = 0,050, teste de Fischer).

Conclusão

É uma limitação do estudo o tamanho pequeno da amostra. De acordo com a coorte estudada, aproximadamente dois terços dos pacientes retornam ao futebol depois de uma revisão de LCA, com a participação decaindo ao longo do tempo. Não há associação do sexo ou tipo de enxerto utilizado com o retorno ao jogo, porém as mulheres apresentam chance elevada de cirurgia adicional no futuro.

Referências bibliográficas:

  • MARS Group. Outcomes of revision anterior cruciate ligament reconstruction in soccer players: a cohort study. Bone Jt Open. 2021;2(12):1043-1048. doi: 10.1302/2633-1462.212.BJO-2021-0145.R1

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