Quais são os resultados do manejo cirúrgico da avulsão de isquiotibiais?

Os músculos isquiotibiais são os mais lesionados em atletas profissionais de todas as lesões que ocorrem durante atividades esportivas.

Os músculos isquiotibiais ou hamstrings (semitendíneo, semimembranoso e bíceps femoral) são os mais comumente lesionados em atletas profissionais contabilizando de 12 a 26% de todas as lesões que ocorrem durante atividades esportivas. A maioria delas são estiramentos do músculo ou da junção miotendínea, tratados conservadoramente com sucesso. As avulsões proximais desses músculos representam apenas 3 a 11% dessas lesões, entretanto podem resultar em grande disfunção e atrapalhar a carreira de atletas.

O tratamento cirúrgico dessas avulsões vem sendo cada vez mais discutido e realizado para reduzir a “hamstring syndrome” (dor glútea com irradiação para a área posterior da coxa) e a redução da força.  A cirurgia é recomendada para pacientes com lesão total dos três tendões ou lesão de dois tendões com gap maior de dois centímetros. Revisōes sistemáticas anteriores compararam e demonstraram superioridade do tratamento cirúrgico em relação ao conservador, com melhores resultados de força, retorno ao esporte e menos re-ruptura.

isquiotibiais

O estudo

Foi publicado no último mês na revista “Bone and Joint Open” uma revisão sistemática com o objetivo de comparar os resultados dos reparos realizados agudos ou cronicamente, além da diferença nos casos de ruptura total e parcial. Foram pesquisados artigos no Pubmed, CINAHL, SPORTdiscuss, Cochrane library, EMBASE e Web of Science com os seguintes operadores: “Proximal hamstring” AND (surgery OR repair) NOT ACL. 

Ao todo, 35 estudos (1.530 isquiotibiais reparados cirurgicamente) foram incluídos. A média de idade no momento do reparo foi de 44,7 anos (12 a 78). Um total de 846 lesões foram agudas e 684 crônicas, com 520 lesões sendo definidas como parciais e 916 como completas. No geral, 92,6% dos pacientes ficaram satisfeitos com o resultado de sua cirurgia. A pontuação funcional média dos membros inferiores foi de 74,7 e foi significativamente maior no grupo de lesão parcial. A força média pós-operatória dos isquiotibiais foi de 87% do membro não lesionado, sendo maior no grupo parcial.  

A taxa de retorno ao esporte (RTS) foi de 84,5%, com média de retorno de 6,5 meses, sendo mais rápida no grupo agudo. A taxa de re-ruptura foi de 1,2% no geral, e foi menor no grupo agudo. A taxa de disfunção do nervo ciático foi de 3,5% no geral e menor no grupo agudo (p < 0,05 em todos os casos).

Leia também: Retorno ao trabalho e esporte após tratamento cirúrgico de fraturas diafisárias de úmero

Conclusão

O tratamento cirúrgico resulta em altos índices de satisfação, com bons resultados funcionais, restauração da força muscular e taxa de retorno ao esporte. Segundo o estudo, lesões parciais poderiam esperar maior resultado funcional e retorno da força muscular e reparos agudos resultam em um retorno ao esporte mais rápido com uma taxa reduzida de re-ruptura e disfunção do nervo ciático.

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Referências bibliográficas: Ícone de seta para baixo
  • Hillier-Smith R, Paton B. Outcomes following surgical management of proximal hamstring tendon avulsions : a systematic review and meta-analysis. Bone Jt Open. 2022 May;3(5):415-422. doi: 10.1302/2633-1462.35.BJO-2021-0196.R1. PMID: 35549447. 

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