Qual a imobilização mais custo-efetiva para fraturas no tornozelo?

Um estudo britânico comparou a custo-efetividade do uso de brace e imobilizações gessadas no tratamento de fraturas no tornozelo. Veja mais!

As fraturas de tornozelo são umas das mais comuns em adultos e vêm aumentando inclusive na população idosa por esta estar se tornando cada vez mais ativa, elevando custos associados ao sistema de saúde. Tais lesões podem ser tratadas cirúrgica ou conservadoramente, porém em ambos os casos há necessidade de um período de imobilização seja com um gesso normal ou sintético ou brace.

O brace removível permite movimento mais precoce, evitando atrofia muscular e rigidez articular, porém não é capaz de promover o mesmo suporte à consolidação óssea que as imobilizações mais rígidas. Um ensaio clínico randomizado recente comparando essas estratégias demonstrou não haver diferenças funcionais entre elas, entretanto, não existem dados quanto à custo-efetividade das imobilizações. 

Leia também: Fraturas do rádio distal: quais os cuidados devemos ter em relação aos tendões extensores?

entorse de tornozelo

Estudo

Foi publicado no último mês, na revista Bone and Joint Open, um estudo comparando a custo-efetividade do brace removível e imobilizações gessadas no tratamento de fraturas de tornozelo tratadas cirúrgica ou conservadoramente. Os dados foram retirados do Ankle Injury Rehabilitation (AIR), um ensaio clínico randomizado multicêntrico, britânico, que recrutou 669 pacientes entre outubro de 2017 e setembro de 2019 com fraturas de tornozelo.

Recursos de saúde e dados de qualidade de vida foram coletados durante um período de 12 meses, usando formulários de relato de caso de estudo e questionários preenchidos pelo paciente. A análise de custo-efetividade foi estimada em termos do custo incremental por ano de vida ajustado pela qualidade (QALY) ganho. A incerteza da estimativa foi visualizada no plano da relação custo-benefício incremental. O benefício monetário líquido e a probabilidade de custo-benefício foram avaliados em uma série de limites de disposição a pagar e visualizados graficamente.

O custo incremental e QALYs do uso de brace ao longo de um período de 12 meses foram 46,73 libras (intervalo de confiança de 95% (IC) -9 a 147 libras) e 0,0141 (IC 95% (-0,005 a 0,033), respectivamente. O custo de ganho por QALY foi de 3.318 libras. A probabilidade de o colete ser econômico em 30 mil libras por limiar de disposição a pagar por QALY foi de 88%. Os resultados permaneceram robustos para uma variedade de análises de sensibilidade. Nos escores funcionais não houve diferença entre os grupos.

Conclusão

Os resultados do estudo sugerem um melhor custo-benefício do uso de braces em relação às imobilizações gessadas no tratamento das fraturas de tornozelo. Entretanto, é importante frisar que o trabalho não faz referência aos tipos de fratura em que cada imobilização foi utilizada, além de não terem sido citadas as complicações.

Avaliar artigo

Dê sua nota para esse conteúdo

Selecione o motivo:
Errado
Incompleto
Desatualizado
Confuso
Outros

Sucesso!

Sua avaliação foi registrada com sucesso.

Avaliar artigo

Dê sua nota para esse conteúdo.

Você avaliou esse artigo

Sua avaliação foi registrada com sucesso.

Baixe o Whitebook Tenha o melhor suporte
na sua tomada de decisão.
Referências bibliográficas: Ícone de seta para baixo
  • Nwankwo H, Mason J, Costa ML, Parsons N, Redmond A, Parsons H, Haque A, Kearney RS. Cost-utility analysis of cast compared to removable brace in the management of adult patients with ankle fractures. Bone Jt Open. 2022 Jun;3(6):455-462. doi: 10.1302/2633-1462.36.BJO-2022-0036. PMID: 35658671. 

Especialidades