Qual a validade de um teste de empatia para os médicos?

O que é preciso para se tornar um bom médico? Qual a importância de possuir e saber demonstrar empatia pelos seus pacientes?

O que é preciso para se tornar um bom médico? Sólida formação acadêmica, conhecimentos sobre os mais modernos tratamentos e medicamentos – principalmente dentro da sua especialidade, amor pela profissão, profissionalismo, são alguns atributos essenciais para ser um bom médico.

Mas, qual a importância de possuir e saber demonstrar empatia pelos seus pacientes?

O pesquisador e professor do departamento de psiquiatria e comportamento humano na Universidade Thomas Jefferson, na Filadélfia, Mohammadreza Hojat, desenvolveu, em 2001, uma escala de empatia chamada de Jefferson Scale Empahty, que traz um questionário para avaliar o tipo de comportamento que os profissionais de saúde têm com os seus pacientes.

Especialista sobre o tema, Hojat e sua equipe criaram três versões para o teste, direcionados para os estudantes de medicina, médicos e outros profissionais da área, como enfermeiros e farmacêuticos.

“A empatia é uma característica que envolve entender as experiências e os sofrimentos do paciente. Além disso, é importante comunicar esse entendimento e a intenção de ajudar”, costuma afirmar Hojat em seus artigos.

Empatia

No final de outubro deste ano, um artigo publicado na revista “Quartz” mostrou que a equipe do pesquisador alcançou uma marca histórica em 2019. Utilizando dados de 16 mil estudantes de osteopatia, eles elaboraram critérios de abrangência nacional para essa avaliação.

Quando os índices de empatia são mais altos, os pacientes se recuperam mais rapidamente do resfriado comum, os diabéticos têm melhor controle do açúcar no sangue, os indivíduos aderem mais de perto aos esquemas de tratamento e os pacientes se sentem mais capacitados para lidar com as suas doenças.

Por outro lado, médicos empáticos relatam maior bem-estar pessoal e são processados com menos frequência.

A equipe de Hojat também montando um levantamento para mapear a associação entre a empatia de estudantes e outras variáveis, como idade, gênero, interesses profissionais e desempenho acadêmico anterior.

Iniciativas em relação a empatia crescem no exterior

Outra notícia interessante é que nos Estados Unidos, Canadá e Reino Unido vem crescendo o número de iniciativas para estimular empatia aos médicos, que vai de seminários sobre budismo a aulas de teatro.

Em algumas universidades, como a UC Irvine, na Califórnia (EUA), alunos de medicina treinam com equipamento de realidade virtual para vivenciar condições como artrite ou degeneração macular.

Para aprimorar os instintos centrados no paciente, alguns estudantes de medicina em Detroit (EUA) estão sendo convidados a tratar os desabrigados em uma clínica de rua.

Isso tudo para conseguir se colocar no lugar do outro, para vivenciar os sentimentos de dor e angústia que os seus pacientes costumam passar no decorrer dos tratamentos.

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Atualmente, os candidatos a qualquer fluxo de escolas não são testados quanto à empatia por meio de um teste específico.

Hojat observa que as escolas de medicina argumentam que podem avaliar a empatia durante a série de mini entrevistas que fazem parte do processo de inscrição, quando um candidato pode fazer perguntas hipotéticas sobre um encontro com pacientes ou até mesmo sendo convidado a representar uma interação com um ator ou atriz que pode interpretar um paciente.

Cartas de recomendações também fornecem dicas sobre a personalidade e a inteligência emocional de um candidato.

Além disso, há quatro anos, o Teste de Admissões da Faculdade de Medicina (MCAT) adicionou perguntas sobre sociologia e psicologia ao seu teste padronizado, que é utilizado para admissões em escolas de medicina nos Estados Unidos e no Canadá.

*Esse artigo foi revisado pela equipe médica da PEBMED

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