Qual é a incidência de cirurgias de revisão após descompressão ou artrodese lombar?

Estudo analisou dados de cirurgias de revisão de oito unidades de saúde suíças em uma região com aproximadamente 2 milhões de habitantes.

Há um aumento significativo em cirurgias de descompressão ou artrodese para patologias da coluna lombar nas últimas três décadas, principalmente em pacientes acima de 65 anos. Com o aumento desse número vem o aumento também no número de cirurgias de revisão causadas por pseudoartrose, persistência da dor ou evolução natural da doença, ficando entre 2,1 e 23% depois de um follow-up de um a dez anos dependendo do estudo analisado.

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Entretanto, é verdade que os dados sobre a incidência de revisões em pacientes com doença degenerativa lombar baseados em grandes coortes são escassos. Foi publicado no último mês, no Journal of The American Medical Association (JAMA), um trabalho com o objetivo de avaliar e comparar as taxas de incidência de cirurgias de revisão em pacientes com artrose de coluna lombar submetidos a descompressão ou descompressão associada a artrodese.

Qual é a incidência de cirurgias de revisão após descompressão ou artrodese lombar

O estudo

Foi desenvolvido um estudo de coorte prospectivo baseado em oito unidades de saúde suíças em uma região com aproximadamente 2 milhões de habitantes. Foram selecionados entre 2010 e 2015 pacientes com história de claudicação neurogênica que foram operados com descompressão ou descompressão e artrodese e acompanhados por três anos. Pacientes com escoliose maior que 15 graus, tumor, fratura ou infecção da coluna foram excluídos.

As medidas de desfecho foram baseadas no Spinal Stenosis Measure (SSM), EuroQol Health-Related Quality of Life (EQ-5D-3L), ocorrência de cirurgia de revisão, dor ou disfunção. Um total de 328 pacientes foram incluídos na análise. Destes, 256 (78,0%) foram submetidos a descompressão e 72 (22,0%) foram submetidos a descompressão com fusão.

A incidência cumulativa de revisões após três anos do acompanhamento foi de 11,3% para o grupo descompressão (IC 95%, 7,4%-15,1%) e 13,9% para o grupo artrodese (IC 95%, 5,5% a 21,5%), com log-rank p igual a 0,60. Não houve diferença significativa na necessidade de revisão entre os dois grupos ao longo do tempo (diferença de risco absoluto não ajustada, 2,6% [IC 95%, 6,3% a 11,4%]; Diferença de risco absoluto ajustado, 3,9% [IC 95%, -5,2%a 17,0%]; razão de risco ajustado, 1,40 [IC 95%, 0,63-3,13]).

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O número de revisões foi significativamente associado à maior gravidade dos sintomas no SSM (β, 0,171; IC 95%, 0,047-0,295; p = 0,007) e menor pontuação no EQ-5D-3L (β, -0,061; IC 95%, -0,105 a -0,017; p = 0,007), mas não com maior risco nos escores de função do SSM β, 0,068; IC 95%, -0,036 a 0,172; p = 0,20). O tipo de cirurgia primária não foi significativamente associado aos resultados correspondentes.

Conclusão

Como era de se esperar, o número de revisões esteve associado à maior dor pós-procedimento primário e baixa qualidade de vida. Entretanto, não houve diferença nesses resultados de acordo com a cirurgia primária realizada (descompressão ou artrodese).

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Referências bibliográficas: Ícone de seta para baixo
  • Ulrich NH, Burgstaller JM, Valeri F, Pichierri G, Betz M, Fekete TF, Wertli MM, Porchet F, Steurer J, Farshad M; Lumbar Stenosis Outcome Study Group. Incidence of Revision Surgery After Decompression With vs Without Fusion Among Patients With Degenerative Lumbar Spinal Stenosis. JAMA Netw Open. 2022 Jul 1;5(7):e2223803. DOI: 10.1001/jamanetworkopen.2022.23803.

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