Qual é a relação entre idade, menopausa e demência?

Estudo de 2018 sugeria uma necessidade por se buscar uma causa além da idade para o risco de demência na população feminina.

Em 2018, o Lancet já havia publicado um artigo que observou que a prevalência padronizada por idade para demência é 17% maior em mulheres do que em homens, sugerindo uma necessidade por se buscar uma causa além da idade para o risco de demência na população feminina. Bem como, outros estudos já chegaram a números surpreendentes de que o risco da doença de Alzheimer (DA) ao longo da vida é quase o dobro para uma mulher de 65 anos (12%) em comparação com um homem de 65 anos (6,3%)

O envelhecimento e a menopausa progridem simultaneamente, o que pode tornar difícil determinar a contribuição individual de cada uma para as medidas de saúde do cérebro

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Qual é a relação entre idade, menopausa e demência?

Evidências recentes

No fim do ano passado, a revista norte-americana Menopause divulgou um estudo que avaliou a associação entre medidas de história menstrual, incluindo estado da menopausa, idade da menopausa, idade da menarca e duração do estágio reprodutivo, com o volume cerebral.

Nesta grande coorte de base populacional de 5.072 mulheres com idades entre 37e 73 anos, o objetivo era observar as ligações entre o volume cerebral e as medidas da história da menstruação com a prevalência de demência.

No estudo, as mulheres na pós-menopausa tiveram 0,82% e 1,33% maior volume total do cérebro e do hipocampo, respectivamente, em comparação com as mulheres na pré-menopausa. As mulheres na pós-menopausa tiveram uma diminuição 23% maior no volume cerebral total, mas não no volume do hipocampo ao longo do tempo, em comparação com as mulheres na pré-menopausa.

Associação negativa ao tempo de exposição ao estrogênio

E a conclusão foi que uma idade precoce da menarca, idade tardia da menopausa e aumento da duração da fase reprodutiva estão negativamente associados ao volume cerebral.

Esse resultado foi surpreendente, já que esse achado não está alinhado com a ideia do efeito neuroprotetor da exposição ao estrogênio endógeno no volume cerebral já conhecida e evidenciada em outros estudos.

Os autores enfatizam que não está claro se a piora da cognição e demência está relacionado com o achado de diminuição do volume cerebral total, diminuição do volume do hipocampo ou diminuição do fluxo sanguíneo cerebral.

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O artigo menciona um estudo publicado na Obstetrics & Gynecology realizado em pacientes ooforectomizadas em idade pré-menopausa que também associa esse desfecho negativo ao estrogênio, pois demonstrou uma diminuição da incidência de demência neste grupo de paciente ooforectomizadas precocemente. Porém, vale ressaltar que não houve avaliação do volume cerebral ou fluxo sanguíneo cerebral

Sabemos que o estrogênio ajuda a manter a função hipocampal e pré-frontal à medida que as mulheres envelhecem, mas o efeito do estrogênio endógeno e exógeno sobre o risco de demência precisa de uma avaliação mais aprofundada

Referências bibliográficas:

  • Ambikairajah A, Tabatabaei-Jafari H, Hornberger M, Cherbuin N. Age, menstruation history, and the brain. Menopause. 2020 Oct 26;28(2):167-174. doi: 1097/GME.0000000000001688.

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