Qual o exame mais acurado para avaliação de metástase no câncer papilar de tireoide?

O câncer papilar de tireoide é a principal neoplasia bem diferenciada de tireoide e a presença de MLRC pode ocorrer em cerca de ⅓ dos casos.

O câncer papilar de tireoide (CPT) é a mais prevalente neoplasia bem diferenciada de tireoide e a presença de metástase em linfonodos regionais cervicais (MLRC) pode ocorrer em cerca de ⅓ dos casos. Atualmente recomenda-se a ultrassonografia (US) como exame de imagem de escolha para avaliação de acometimento regional em tumores tireoidianos primários, ficando o uso de tomografia computadorizada (TC) ou ressonância magnética reservado para exceções. Todavia, estudos recentes têm mostrado que a TC pode incrementar acurácia diagnóstica de linfonodos acometidos, mudando manejo cirúrgico em até 22,5% dos casos.

Partindo desse pressuposto tem-se questionado qual o método de imagem pré-operatório mais acurado para detectar MLRC no CPT. Objetivando elucidar esse questionamento, recente revisão sistemática e metanálise comparou sensibilidade e especificidade de US de tireoide vs TC, estratificando linfonodos acometidos em compartimento cervical lateral (I-V) e central (VI). Secundariamente foi avaliada a acurácia desses exames para diagnóstico de extensão extratireoidiana da neoplasia (EEN).

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Qual o exame mais acurado para avaliação de metástase no câncer papilar de tireoide?

Metodologia

O total de 47 estudos e 31.895 pacientes com CPT foram incluídos na análise, sendo 12771 com MLRC e 1747 apresentando EEN. Em relação ao acometimento cervical lateral, US vs TC não demonstraram diferença estatística de sensibilidade ou especificidade (73% e 77% p=0,11; 89% e 88% p=0,79, respectivamente) no diagnóstico. Já na avaliação do compartimento central, o diagnóstico por TC foi mais sensível (39% vs 28%, respectivamente p=0,004) e US foi mais específico (95% vs 87%, respectivamente p<0,001). Para presença de EEN o US mostrou-se sensível e pouco acurado (91% e 47%, respectivamente).

Em resumo, o presente estudo demonstrou que o uso de TC pode acrescentar informações na avaliação pré-operatória, sendo sua aplicabilidade associada ao US uma ferramenta potencialmente benéfica no incremento de acurácia diagnóstica de MLRC, principalmente naqueles localizados no compartimento central.

O que levar para casa

É relevante ponderar que a indicação e planejamento cirúrgico satisfatórios estão diretamente condicionados à avaliação pré-operatória, em que buscamos obter o máximo de informações possíveis relativas a aspectos morfológicos inerentes à lesão, ao acometimento linfonodal e à extensão locorregional da doença. Assim, o uso de ferramentas conjuntas, como demonstrado neste estudo, que viabilizem informações mais detalhadas ao cirurgião pode influenciar positivamente no resultado cirúrgico.

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Como o acesso à TC tem sido viabilizado na maioria dos grandes centros oncológicos, seu uso em associação com US pode ser uma opção viável e benéfica na avaliação pré-operatória de pacientes com câncer de tireoide.

Referências bibliográficas:

  • Alabousi M, Alabousi A, Adham S, Pozdnyakov A, Ramadan S, Chaudhari H et al. Diagnostic Test Accuracy of Ultrasonography vs Computed Tomography for Papillary Thyroid Cancer Cervical Lymph Node Metastasis. JAMA Otolaryngology–Head & Neck Surgery. 2021. doi:10.1001/jamaoto.2021.3387.

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