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A nutrição parenteral foi criada por volta de 1960. Originalmente, foi desenvolvida para nutrição de pacientes com desnutrição acentuada no contexto de intestino curto ou caquexia neoplásica avançada e obstrução intestinal. O primeiro nome dado à estratégia de alimentação parenteral, inclusive, foi “hiperalimentação”.
Ao longo dos anos, o pêndulo das indicações e contraindicações da nutrição parenteral variou bastante. Trials recentes, como o NUTRIREA-2 e CALORIES, demonstraram a equivalência entre nutrição enteral e parenteral em relação a complicações e desfechos. Vale ressaltar que o desenvolvimento de emulsões lipídicas com combinações otimizadas de ácidos graxos, assim como a disponibilidade de glutamina em combinação com outros aminoácidos, levou a melhor prognóstico em pacientes graves.
Vamos acompanhar agora as indicações mais frequentes da nutrição parenteral, com dados atualizados da literatura até 2022.
Idealmente, a nutrição parenteral (NP) ou nutrição parenteral suplementar (NPS) devem ser iniciadas antes do estágio de desnutrição. A progressão da nutrição enteral deve ser monitorada e caso não forneça > 60% da meta energética até o dia 3, a NP ou a NPS devem ser consideradas.
Quando a via oral ou gástrica (via nutrição enteral) torna-se insuficiente ou está contra-indicada, a via pós-pilórica, nutrição parenteral suplementar ou nutrição parenteral total são opções preferenciais. Devemos entender que vias nutricionais diferentes não são opostas, mas podem atuar de forma complementar.
Veja abaixo o fluxograma adaptado com a definição da melhor via de nutrição.
O uso da nutrição parenteral expõe pacientes ao risco da hiperalimentação, ainda mais quando equações preditivas de energia são utilizadas, uma vez que tal tipo de nutrição tem sua administração mais facilitada que a nutrição enteral. Sendo assim, o monitoramento adequado inclui a mensuração de sobrecarga energética.
No início da administração, a monitorização da glicemia é de extrema importância, uma vez que pacientes graves já apresentam elevada resposta inflamatória que contribui para a resistência insulínica. A progressão gradual da NPT, assim como ajustes da insulinoterapia, ajudarão na mitigação desse efeito.
A monitorização dos níveis de triglicerídeos deve ser realizada duas vezes por semana (inicialmente). Após estabilização, mensurar 1x por semana. Semanalmente, aferir as aminotransferases (AST e ALT) e a fosfatase alcalina também.
Vantagens da Nutrição Parenteral (NP) e Nutrição Parenteral Suplementar (NPS) comparadas à nutrição enteral (NE)
Carga de trabalho (esforços de enfermagem e mão-de-obra)
Referências bibliográficas:
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