Quando menos é mais: 10 erros comuns em UTI

No último mês, a revista ICU Management reuniu dez situações nas quais “fazer menos” ajuda a evitar erros comuns no trato do paciente grave.

Quando lidamos com pacientes graves, é possível que o senso comum nos leve a pensar que quanto mais intervenções, monitorizações ou tecnologias aplicadas à beira-leito, melhores serão os desfechos. No último mês, a revista ICU Management reuniu dez situações nas quais “fazer menos” é melhor para o paciente grave.

Veja também: ISICEM 2022: manejo neurocrítico na UTI com Fabio Taccone

Quando menos é mais: 10 erros comuns em UTI

1- Sobrecarga de fluidos

Uma das intervenções mais utilizadas na terapia intensiva é a terapia com fluidos. Tem sido demonstrado que menos de 50% dos pacientes em UTI são classificados como fluidorresponsivos. A sobrecarga hídrica leva a edema multissistêmico, relacionado a dano ao glicocálice, permeabilidade vascular aumentada com leak para o espaço extravascular.

Um balanço hídrico positivo de mais de dois litros está associado à maior mortalidade. Além disso, devemos levar em consideração o papel do quantitativo de fluidos que ficam “escondidos”, como diluições de medicamentos, nutrição enteral, drogas em infusão contínua e hemoderivados.

Na Medicina Intensiva, a terapia endovenosa com fluidos deve ser justificada milímetro por milímetro e a sobrecarga hídrica deve ser evitada a qualquer custo!

2- Excesso de sedação

Sedação desnecessária é danosa aos pacientes graves. Pacientes que permaneceram maior tempo sedados por agitação ou insuficiência respiratória apresentaram piores desfechos, incluindo maior período de ventilação mecânica e internação em UTI.

Os benzodiazepínicos, como sedativos, estão associados a piores desfechos e não são recomendados como primeira escolha (Park, 2019). A adoção da interrupção diária da sedação tem sido associada a menor mortalidade e redução da duração da internação hospitalar.

Para a prática clínica diária, é importante lembrar que uma grande proporção dos pacientes não necessitam de sedação e poderiam ser manejados de forma adequada apenas com analgesia.

3- Uso não racional de antibióticos

Sabemos que a sepse é uma das condições mais prevalentes no ambiente da terapia intensiva. É de suma importância o início precoce da antibioticoterapia nesses casos. No entanto, a prescrição não justificada de antibióticos contribui para resistência antimicrobiana.

O uso desnecessário de antibióticos também leva a uma série de efeitos adversos, que incluem sintomas gastrointestinais (infecção por Clostridium difficile), arritmias (azitromicina), convulsões (carbapenêmicos) e etc.

Vale lembrar que durante a pandemia pela Covid-19, o uso inapropriado de antibióticos atingiu seu pico! A azitromicina, por exemplo, foi indicada de forma ampla sem qualquer benefício comprovado para seu uso nesta condição.

Retirado do artigo original: ICU Management

4- Profilaxia de Úlceras Gastrointestinais

Os Inibidores de Bomba de Prótons (IPBs) e os antagonistas H2 são comumente utilizados em pacientes graves para prevenção de úlceras gastrointestinais pela redução da produção ácida. Várias questões ainda não foram respondidas em relação ao tema. Se existe ou não benefício em seu uso rotineiro, especialmente na ausência de indicações claras como hemorragia digestiva alta.

Os estudos mostram resultados divergentes em relação aos grupos que usaram a profilaxia. Por outro lado, são descritos maior número de eventos adversos (maior número de episódios de pneumonias associadas à ventilação mecânica e de infecções por Clostridium difficile).

5- Transfusões inadequadas de hemoderivados

A transfusão desnecessária de hemoderivados está ligada à maior tempo de internação hospitalar, eventos como TRALI (Transfusion related Acute Lung Injury) e TACO (Transfusion associated Circulatory Overload), maiores custos e maior mortalidade (Fung, 2019). A ausência de protocolos padronizados para transfusão também promove seu uso irracional no ambiente da terapia intensiva (Spahn, 2019).

A estratégia restritiva transfusional está associada a melhores desfechos e talvez seja melhor não transfundir quando a hemoglobina estiver entre 7 e 8 g/dL, na ausência de sangramento ativo ou maciço (Alexander, 2021). Além disso, conforme o ITACTIC trial, publicado em 2020, guiar transfusões por testes viscoelásticos também não se comprovou superior quando comparado aos testes de coagulação convencionais.

6- Abuso e uso inadequado de testes laboratoriais

A indicação usual de rotina diária de exames laboratoriais em pacientes representa a retirada desnecessária e não justificada de cerca de 40 a 70 ml de sangue por 24 horas (Namendys, 2019). Consequentemente, uma redução na hemoglobina de aproximadamente 1 a 1,2 g por dia tem sido demonstrado (Fung, 2019), levando à anemia iatrogênica que pode, em algum grau, demandar transfusão sanguínea.

7- Monitorização invasiva

Dispositivos como o cateter de artéria pulmonar (Swan-Ganz) fornecem diversas variáveis para manejo hemodinâmico. Vários trials falharam em apresentar o benefício do dispositivo na sobrevida de pacientes graves, razão pela qual seu uso passou a reduzir com o tempo em boa parte das UTIs (Marik 2013).

Saiba mais: ISICEM 2022: insights na terapia intensiva com Jean-Louis Vincent

Outro dispositivo utilizado para fins de monitorização hemodinâmica é o cateter de termodiluição transpulmonar, que requer um cateter arterial e outro cateter venoso para obtenção das variáveis associadas.

Importante lembrar que o dispositivo por si só não impactará na sobrevida do seu paciente, mas sim em quais medidas você tomará a partir das informações obtidas pelos dispositivos. A analogia é entender que o termômetro não salva vidas. A diferença será quais condutas você tomará a partir da informação que seu paciente esteja com febre, por exemplo.

8- Desnutrição e overfeeding

Jejum prolongado e desnutrição hospitalar têm sido associados a piores desfechos e maior mortalidade. Nos pacientes com choque circulatório, até obtenção da estabilidade macro e micro hemodinâmica, pode haver benefícios com períodos breves de suspensão da dieta enteral, visando evitar isquemia intestinal.

Importante lembrar que a recomendação atual gira em torno do início da dieta enteral com dose trófica dentro de 48 horas da admissão, objetivando aporte pleno em  3 a 7 dias do início da terapia (ESPEN 2021). Outro conceito importante é entender que baixo aporte proteico está associado a maiores taxas de infecção e mortalidade em pacientes graves.

9- Overtreatment

Consiste em executar intervenções que não são desejadas pelo paciente e/ou que não geram nenhum benefício para o mesmo. Pacientes graves com doenças terminais ou patologias agudas com disfunções orgânicas irreversíveis são geralmente submetidos à terapias de suporte como sedação, terapia com vasopressores e inotrópicos, antibióticos e outras drogas. Tais condições não aumentarão a sobrevida dos pacientes, assim como são associadas ao uso inapropriado de recursos.

Precisamos considerar a humanização e cuidados paliativos no manejo do perfil de pacientes acima, com o objetivo de reduzir a dor e sofrimento, evitando o emprego de terapias fúteis.

10- Imobilização

Muitos pacientes graves em UTI permanecem imóveis por longo período de tempo. A imobilização prolongada está associada à polineuropatia, miopatia, maior risco de tromboembolismo venoso e úlceras por pressão.

A reabilitação deve começar na UTI. São vários os benefícios da mobilização precoce, tais como: desenvolvimento de maior força muscular e aumento da independência dos pacientes.

Avaliar artigo

Dê sua nota para esse conteúdo

Selecione o motivo:
Errado
Incompleto
Desatualizado
Confuso
Outros

Sucesso!

Sua avaliação foi registrada com sucesso.

Avaliar artigo

Dê sua nota para esse conteúdo.

Você avaliou esse artigo

Sua avaliação foi registrada com sucesso.

Baixe o Whitebook Tenha o melhor suporte
na sua tomada de decisão.
Referências bibliográficas: Ícone de seta para baixo
  • ICU Management & Practice, Volume 22 - Issue 1, 2022. Doing More Can Be Worse: Ten Common Errors in the ICU.
  • Agastya G, West BC, Callahan JM (2000) El omeprazolinhibe la fagocitosis y la acidificación de los fagolisosomas de los neutrófiloshumanosnormales in vitro. Inmunofarmaco Inmunotoxicol. 22 :357–372.
  • Alhazzani W, Alshamsi F, Belley-Cote E et al. (2018) Efficacy and safety of stress ulcer prophylaxis in critically ill patients: a network meta-analysis of randomized trials. Intensive Care Med. 44(1):1-11.
  • Allingstrup MJ, Kondrup J, Wiis J et al. (2017) Early goal-directed nutrition versus standard of care in adult intensive care patients: the single-centre, randomised, outcome assessor-blinded EAT-ICU trial. Intensive Care Med. 43(11):1637-1647.
  • Angus DC, Deutschman CS, Hall JB et al. (2014) Choosing Wisely1 in Critical Care. Crit Care Med. 42:2437–2438.
  • Baksaas-Aasen K, Gall LS, Stensballe J et al. (2021) Viscoelastic haemostatic assay augmented protocols for major trauma haemorrhage (ITACTIC): a randomized, controlled trial. Intensive Care Med. 47(1):49-59.
  • Branan T, Smith SE, Newsome AS et al. (2020) Association of hidden fluid administration with development of fluid overload reveals opportunities for targeted fluid minimization. SAGE Open Med. 8:2050312120979464.
  • Buendgens L, Bruensing J, Matthes M et al. (2014) Administration of proton pump inhibitors in critically ill medical patients is associated with increased risk of developing Clostridium difficile-associated diarrhea. J Crit Care. 29(4):696.e11-5.
  • Carson JL, Guyatt G, Heddle NM et al. (2016) Clinical Practice Guidelines From the AABB: Red Blood Cell Transfusion Thresholds and Storage. JAMA. 316(19):2025–2035.
  • Cordemans C, De Laet I, Van Regenmortel N et al. (2012) Fluid management in critically ill patients: the role of extravascular lung water, abdominal hypertension, capillary leak, and fluid balance. Ann Intensive Care. 5;2(Suppl 1 Diagnosis and management of intra-abdominal hyperten):S1.
  • Corwin HL, Parsonnet KC, Gettinger A (1995) RBC transfusion in the ICU. Is there a reason? Chest. 108(3):767-771.
  • Cuerda C, Pironi L, Arends J et al. (2021) Home Artificial Nutrition & Chronic Intestinal Failure Special Interest Group of ESPEN. ESPEN practical guideline: Clinical nutrition in chronic intestinal failure. Clin Nutr. 40(9):5196-5220.
  • Druml W, Druml C (2019) Overtreatment in intensive care medicine. Med KlinIntensiv med Notfmed. 114(3):194-201.
  • Flori HR, Church G, Liu KD et al. (2011) Positive fluid balance is associated with higher mortality and prolonged mechanical ventilation in pediatric patients with acute lung injury. Crit Care Res Pract. 854142.
  • Foulke GE, Harlow DJ (1989) Effective measures for reducing blood loss from diagnostic laboratory tests in intensive care unit patients. Crit Care Med. 17(11):1143-5.
  • Fung CM, Hyzy RC (2019)Deadoption of low-value practices in the ICU. CurrOpin Crit Care. 25(5):517-522.
  • Galindo-Martin CA, Monares-Zepeda E, Pérez-Nieto OR (2018). Enteral nutrition (early) and hemodynamic status in the critically ill patient: What should the nutritional support clinician know?Journal of Clinical Nutrition and Metabolism. 1(1), 53-63.
  • Girard TD, Kress JP, Fuchs BD et al. (2008) Efficacy and safety of a paired sedation and ventilator weaning protocol for mechanically ventilated patients in intensive care (Awakening and Breathing Controlled trial): a randomised controlled trial. Lancet. 371(9607):126-34.
  • Hartl WH, Kopper P, Bender A et al. (2022) Protein intake and outcome of critically ill patients: analysis of a large international database using piece-wise exponential additive mixed models. Crit Care 26, 7.
  • Heffner JE (2000) A Wake-Up Call in the Intensive Care Unit. New England Journal of Medicine. 342(20):1520–1522.
  • Huang HB, Jiang W, Wang CY et al. (2018). Stress ulcer prophylaxis in intensive care unit patients receiving enteral nutrition: a systematic review and meta-analysis. Critical care (London, England). 22(1):20.
  • Ilges D, Ritchie DJ, Krekel T et al. (2021Assessment of Antibiotic De-escalation by Spectrum Score in Patients With Nosocomial Pneumonia: A Single-Center, Retrospective Cohort Study. Open Forum Infect Dis. 17;8(11):ofab508.
  • Kollef MH, Shorr AF, Bassetti M et al. (2021) Timing of antibiotic therapy in the ICU. Crit Care. 25, 360.
  • Kress JP, Pohlman AS, O'Connor MF, Hall JB (2000) Daily interruption of sedative infusions in critically ill patients undergoing mechanical ventilation. N Engl J Med. 342(20):1471-7.
  • Lee ZY, Yap CSL, Hasan MS et al. (2021) The effect of higher versus lower protein delivery in critically ill patients: a systematic review and meta-analysis of randomized controlled trials. Crit Care. 25(1):260.
  • Li C, Wang S, Wang H et al. (2021) The effects of hemodynamic monitoring using the PiCCO system on critically ill patients. American journal of translational research. 13(9): 10578–10585.
  • Marik PE (2013) Obituary: pulmonary artery catheter 1970 to 2013. Ann Intensive Care. 3(1):38.
  • Marker S, Krag M, Perner A et al. (2019) Pantoprazole in ICU patients at risk for gastrointestinal bleeding-1-year mortality in the SUP-ICU trial. Acta Anaesthesiol Scand. 63(9):1184-1190.
  • Martínez CM, Jones BRA, Gómez GA et al. Movilizacióntempranaen la Unidad de CuidadosIntensivos. Med Crit. 35(2):89-95.
  • McDonald EG, Milligan J, Frenette C, Lee TC (2015) Continuous Proton Pump Inhibitor Therapy and the Associated Risk of Recurrent Clostridium difficile Infection. JAMA Intern Med. 175:784–791.
  • Michalsen A, Neitzke G, Dutzmann J et al. (2021) Overtreatment in intensive care medicine-recognition, designation, and avoidance: Position paper of the Ethics Section of the DIVI and the Ethics section of the DGIIN]. Med KlinIntensiv med Notf med. 116(4):281-294.
  • Monnet X, Teboul JL (2017) Transpulmonary thermodilution: advantages and limits. Crit Care. 21(1):147.
  • Muñoz-Martínez T (2012) Interrupcióndiaria de la sedación; ¿siempre es un indicador de calidad? MedicinaIntensiva. 36(4), 288–293.
  • Ñamendys-Silva SA (2019) Cuidado de Alto Valoren Medicina Crítica. Med Crit. 33(2):91-97.
  • National Heart, Lung, and Blood Institute Acute Respiratory Distress Syndrome (ARDS) Clinical Trials Network, Rice TW, Wheeler AP et al. (2012) Initial trophic vs full enteral feeding in patients with acute lung injury: the EDEN randomized trial. JAMA. 307(8):795-803. doi: 10.1001/jama.2012.137.
  • Nedergaard HK, Korkmaz S, Olsen HT et al. (2021) Failure of non-sedation strategy in critically ill, mechanically ventilated patients - a retrospective, post-hoc analysis of the NONSEDA trial. J Crit Care. 68:66-71.
  • Nisula, S, Kaukonen KM, Vaara ST et al. (2013) Incidencia, factores de riesgo y mortalidad a 90 días de pacientes con insuficiencia renal agudaenunidades de cuidadosintensivosfinlandeses: elestudio FINNAKI. Intensive Care Med.39, 420–428.
  • Park SY, Lee HB (2019) Prevention and management of delirium in critically ill adult patients in the intensive care unit: a review based on the 2018 PADIS guidelines. Acute Crit Care. 34(2):117-125.
  • Perez Nieto OR, Wong A, Lopez Fermin J, Malbrain M (2021) Aiming for zero fluid accumulation: First, do no harm. Anaesthesiol Intensive Ther. 53(2):162-178.
  • Pittard MG, Huang SJ, McLean AS, Orde SR (2017) Association of positive fluid balance and mortality in sepsis and septic shock in an Australian cohort. Anaesth Intensive Care. 45(6):737-743.
  • Randomised Evalutation of COVID-19 Therapy. Avaiable atwww.recoverytrial.net/results
  • Rozental O, Thalappillil R, White RS, Tam CW (2021) To Swan or Not to Swan: Indications, Alternatives, and Future Directions. J CardiothoracVascAnesth. 35(2):600-615.
  • Silversides JA, Perner A, Malbrain MLNG (2019) Liberal versus restrictive fluid therapy in critically ill patients. Intensive Care Med. 45(10):1440-1442.
  • Smoller BR, Kruskall MS (1986) Phlebotomy for diagnostic laboratory tests in adults. Pattern of use and effect on transfusion requirements. N Engl J Med. 314(19):1233-5.
  • Spahn DR, Bouillon B, Cerny V et al. (2019) The European guideline on management of major bleeding and coagulopathy following trauma: fifth edition. Crit Care 23, 98.
  • Thorens J, Froehlich F, Schwizer W et al. (1996) Sobrecrecimientobacterianoduranteeltratamiento con omeprazolencomparación con cimetidina: un estudioprospectivoaleatorizado doble ciego. Intestino. 39:54–59
  • Trifan A, Stanciu C, Girleanu I, Stoica OC et al. (2017) Proton pump inhibitors therapy and risk of Clostridium difficile infection: Systematic review and meta-analysis. World J Gastroenterol. 23(35):6500-6515.
  • Vaara ST, Ostermann M, Bitker L et al. (2021) Restrictive fluid management versus usual care in acute kidney injury (REVERSE-AKI): a pilot randomized controlled feasibility trial. Intensive Care Med.47(6):665-673.
  • Vincent JL (2005) Give your patient a fast hug (at least) once a day. Crit Care Med. 33(6):1225-9.
  • Vlaar APJ, Dionne JC, de Bruin S et al. (2021) Transfusion strategies in bleeding critically ill adults: a clinical practice guideline from the European Society of Intensive Care Medicine. Intensive Care Med. 47(12):1368-1392.
  • Xiaojuan C (2015) Daily sedation interruption in critically ill patients on mechanical ventilation. Am J Nurs.115(5):21.
  • Zedtwitz-Liebenstein K, Wenisch C, PatrutaS et a. (2002) Omeprazole treatment diminishes intra- and extracellular neutrophil reactive oxygen production and bactericidal activity. Crit Care Med. 30(5):1118-22.
  • Zhang L, Hu W, Cai Z et al. (2019) Early mobilization of critically ill patients in the intensive care unit: A systematic review and meta-analysis. PLoS One. 14(10):e0223185.

Especialidades