Queda de cabelo relacionada à quimioterapia: como evitar?

Dentre os efeitos colaterais da quimioterapia, um dos mais temidos é a alopecia (queda do cabelo). É um drama adicional para uma mulher que já está doente.

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Dentre os efeitos colaterais da quimioterapia, um dos mais temidos é a alopecia, termo técnico para a queda do cabelo. Nos casos de câncer da mama, por exemplo, os dois principais esquemas de tratamento baseado em quimioterápicos – as antraciclinas e os taxanos –  atacam diretamente as células do couro cabeludo e causam alopecia na imensa maioria dos casos. É, sem dúvidas, um drama adicional para uma mulher que já está doente, perder (mesmo que por um período) dois símbolos da feminilidade: os cabelos e a mama.

Um tratamento tem mostrado eficácia para prevenir, pelo menos em alguns casos, que esse efeito colateral aconteça. Trata-se da terapia preventiva com touca térmica gelada, que é aplicada durante as sessões de quimioterapia, diminuindo o fluxo sanguíneo no couro cabeludo e o protegendo durante o tratamento. Relatos iniciais, contudo, mostraram resultados conflitantes em relação à eficácia, com algumas pacientes relatando desconforto e cefaleia ao usar este dispositivo.

Um estudo recentemente publicado no JAMA, reforçou a indicação desta prevenção mostrando eficácia estatisticamente significativa. O ensaio multicêntrico SCALP¹ recrutou pacientes com câncer de mama submetidas a quimioterapia e estas foram randomizadas para o braço de resfriamento do couro cabeludo ou para o grupo controle para avaliar o potencial de prevenção da alopecia.

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Neste estudo, as toucas foram colocadas 30 minutos antes da quimioterapia e permaneceram durante o tratamento e durante 90 a 120 minutos após. A maioria das pacientes tolerou bem o dispositivo confortavelmente, embora ficasse muito frio para algumas, e muitos tiveram efeitos colaterais leves que foram facilmente gerenciados. O desfecho primário foi o grau de alopecia após quatro ciclos de quimioterapia.

Segundo os dados de disponíveis na análise inicial de 142 pacientes, 48 das 95 mulheres (50%) que utilizaram a touca térmica apresentaram preservação do cabelo com sucesso em comparação a nenhuma das 47 mulheres que não receberam o mesmo cuidado. Não foram observadas alterações significativas na qualidade de vida desde o início até ao quinto ciclo de quimioterapia entre os grupos. Não foram relatados efeitos adversos graves relacionados com o dispositivo, e a eficácia da preservação foi maior nas pacientes tratadas com taxanos (59%), em comparação com as antraciclinas (16%).

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Sendo assim, o uso da touca térmica tende a se tornar uma prática frequente, principalmente para aquelas pacientes em tratamento com esquemas baseados em taxanos. No Brasil, inclusive, já está disponível em alguns serviços de oncologia. Sempre há a necessidade de se avaliar os resultados de longo prazo de eficácia e toxicidade, mas qualquer conduta que possa melhorar o caminho dos pacientes que tratam do câncer deve, no mínimo, receber atenção.

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