Queimaduras: um problema atemporal e persistente

As queimaduras são definidas pela Sociedade Brasileira de Queimaduras como feridas traumáticas e representam a segunda causa de morte na infância no Brasil.

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As queimaduras são definidas pela Sociedade Brasileira de Queimaduras como feridas traumáticas causadas, na maioria das vezes, por agentes térmicos, químicos, elétricos ou radioativos.

São consideradas como um importante problema de saúde pública, representando a segunda causa de morte na infância, não só nos Estados Unidos como também no Brasil, além de causarem forte impacto na morbidade. 

Tais acidentes causam grandes gastos financeiros e são responsáveis por sequelas psicológicas e sociais ao queimado, assim como à sua família.

Um estudo realizado por Mock et al faz uma estimativa de que, aproximadamente, 300 mil pessoas morrem de queimaduras por fogo. Sem contar as demais mortes em decorrência de queimaduras químicas, escaldaduras, queimaduras elétricas, etc. 

Este estudo também destaca que 95% dessas mortes ocorrem nos países de baixa e média rendas, exemplificando que as taxas de mortalidade variam de 11,6/100 mil, média dos países do Sudeste da Ásia, até 1,0/100 mil, média dos países desenvolvidos.

As queimaduras ainda são consideradas como um agravo bastante negligenciado, em especial nos países classificados como de média e baixa rendas. Nos países mais desenvolvidos, as taxas de mortalidade vem sendo significativamente reduzidas em consequência das ações de prevenção e intervenção, como por exemplo uso de detectores de fumaça em residências e edifícios, a instalação de sistemas que jorram água nos tetos, o aumento da segurança nos dispositivos de combustíveis domésticos, a diminuição da temperatura dos aquecedores de água quente, entre outros. 

Vale destacar, porém, que nos últimos anos houve um importante avanço no desenvolvimento de tratamentos e cuidados aos pacientes queimados.

São poucas as doenças que geram sequelas tão graves como as queimaduras. Mesmo com a sobrevivência dos pacientes as cicatrizes e as contraturas culminam, com frequência, na distorção da imagem, sendo uma sequela permanente.  Logo, a prevenção é de extrema relevância, tratando a queimadura como uma intercorrência grave, que pode ser evitada através da implantação de princípios epidemiológicos, realização de campanhas de conscientização e programas educativos. 

Saiba mais: Como realizar manejo e monitorização no paciente gravemente queimado?

No Brasil, há uma estimativa de que aconteçam aproximadamente 1.000.000 de acidentes com queimaduras por ano. Destes, 100.000 pacientes procurarão atendimento hospitalar e cerca de 2.500 irão falecer direta ou indiretamente de suas lesões.

Tão importante quanto conhecer os tipos de queimaduras e alternativas terapêuticas, a prevenção ainda é o ponto fundamental a ser considerado. Atualmente, ainda há um deficit na propagação de medidas de prevenção das queimaduras de um modo geral. 

Além das medidas de prevenção em ambientes de trabalho, existem medidas de prevenção relacionadas à residências com crianças e idosos, usuários de maquinários e veículos, locais públicos de alto risco, etc.

E o que se percebe é que estamos em um movimento ainda tímido com relação aos riscos potenciais e, principalmente, com relação à capacitação e conscientização de profissionais e sociedade para lidar com estes riscos.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), 320 mil crianças morrem todos os anos em consequência de queimaduras. Números impressionantes, principalmente, por se tratarem de acidentes que acontecem nos próprios lares por distração e que, portanto, poderiam ser evitados.

O que se percebe é que as estatísticas ainda são altas. Além disso, as morbidades são complexas e incapacitantes, geram ônus em todas as esferas e restringem a qualidade de vida dos portadores de sequelas.  

Os profissionais de Enfermagem tem um papel relevante no contexto prevenção e saúde, reforçando a importância da iniciativa do Enfermeiro na Atenção Básica, na Enfermagem do trabalho, no contexto hospitalar, etc.

A prevenção ainda é a máxima preconizada, porém, pobre em ferramentas, ações, capacitações dos profissionais e grupos potenciais, mídia, etc. A implementação de boas condutas, ações e comunicação, tanto quanto a implantação de tecnologias anti-incêndios, são cruciais para a preservação de muitas vidas.

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Referências:

  • Aiquoc KM, et al. Avaliação da Satisfação com a Imagem Corporal dos Pacientes Queimados. Journal of Nursing UFPE/Revista de Enfermagem UFPE, 2019.
  • Mock C, Peck M, Peden M, Krug E. A WHO plan for burn prevention and care. Geneva: World Health Organization; 2008.   
  • Ministério da Saúde (BR). Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Especializada. Cartilha para tratamento de emergência das queimaduras. Brasília: Editora do Ministério da Saúde, 2012: 20.
  • De Pinho FM. Guideline para o cuidado de enfermagem ao paciente queimado adulto: uma construção coletiva. Santa Catarina; 2014.

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