Quem doa um dos rins tem maior risco à saúde?

Pesquisadores americanos realizaram uma revisão sistemática e meta-análise de estudos para reunir as evidências mais relevantes sobre o tema.

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Os riscos a longo prazo para a saúde de adultos que doam um dos rins ainda não são claros. Pensando nisso, pesquisadores americanos realizaram uma revisão sistemática e meta-análise de estudos para reunir as evidências mais relevantes sobre o tema. Os resultados foram publicados em janeiro deste ano, no Annals of Internal Medicine.

Para o artigo, foram analisadas as seguintes bases: PubMed, Embase, Scopus e PsycINFO, sem restrição de idioma, entre abril de 1964 e julho de 2017. Os critérios para inclusão foram estudos observacionais com pelo menos 1 ano de follow-up, que compararam os desfechos na saúde de doadores vivos adultos versus controles.

Foram incluídos 52 estudos, com 118.426 doadores de rim vivos e 117.656 controles. O follow-up médio foi de 1 a 24 anos. Os achados foram:

– Nenhuma evidência sugeriu maior risco de mortalidade por todas as causas, doenças cardiovasculares, hipertensão, diabetes tipo 2 ou desfechos psicossociais adversos em doadores.

– Os doadores apresentaram maior pressão arterial diastólica, menores taxas estimadas de filtração glomerular e maior risco de doença renal em estágio final (risco relativo [RR] = 8,83; IC de 95%: 1,02 a 20,93) e, em mulheres, pré-eclâmpsia (RR = 2,12; IC de 95%: 1,06 a 4,27).

– Apesar desse aumento no risco relativo, os doadores apresentaram baixo risco absoluto de doença renal em estágio final (taxa de incidência = 0,5 evento por 1000 pessoas-ano; IC de 95%: 0,1 a 4,9) e, em mulheres, pré-eclâmpsia (taxa de incidência = 5,9 eventos por 100 gestações; IC de 95%: 2,9 a 8,9).

Com base nesses achados, os pesquisadores concluíram que, apesar do risco relativo mais elevado para doença renal em estágio final e pré-eclâmpsia, o risco absoluto para esses desfechos permanece baixo. Além disso, os doadores não apresentaram risco aumentado para outras doenças crônicas importantes, como diabetes tipo 2, ou para desfechos psicossociais adversos.

Leia também: ‘Temer assina decreto para alterar lei de doação de órgãos; veja o que muda’

*Esse artigo foi revisado pela equipe médica da PEBMED

Referências:

  • O’Keeffe LM, Ramond A, Oliver-Williams C, Willeit P, Paige E, Trotter P, et al. Mid- and Long-Term Health Risks in Living Kidney Donors: A Systematic Review and Meta-analysis. Ann Intern Med. [Epub ahead of print 30 January 2018] doi: 10.7326/M17-1235

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