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Softwares desenvolvidos por pesquisadores do interior de São Paulo oferecem a possibilidade de imaginação motora e estímulo dos membros inferiores e superiores, incluindo acessibilidade, com o uso de realidade virtual para pessoas que sofreram acidente vascular cerebral (AVC) ou portadores de doenças que dificultam a mobilidade.
Os programas foram desenvolvidos sob a coordenação do professor Luís Carlos Trevelin, do Departamento de Computação da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), em parceria com os departamentos de Fisioterapia e de Terapia Ocupacional, entre o período de julho de 2011 a dezembro de 2013, e contou com a participação do professor Alexandre Fonseca Brandão, doutor em Biotecnologia pelo Centro de Ciências Exatas e de Tecnologia da UFSCar e pesquisador no Instituto de Física da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) e no Instituto Brasileiro de Neurociência e de Neurotecnologia (BRAINN).
O conjunto de softwares é controlado através de um sensor de reconhecimento de gestos (Kinect, da Microsoft), que digitaliza o corpo do usuário com uma câmera de profundidade infravermelha. Esse conjunto de aplicações, chamado GestureCollection, é representado pelos programas:
O conjunto de softwares apresentado permite o recrutamento muscular em diferentes velocidades e amplitudes de movimento, o treinamento da coordenação motora geral e a estimulação cognitiva durante a interação gestual com ambientes virtuais.
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Os programas foram testados em pacientes com lesões medulares, fibromialgia e doença pulmonar obstrutiva crônica.
Os primeiros testes aconteceram de setembro de 2015 a abril de 2017, com 13 voluntários saudáveis, da dinâmica cerebral, a partir da avaliação da conectividade cerebral por ressonância magnética funcional, incluindo o pré-processamento e o processamento de imagens. Tais testes orientaram as limitações e as melhorias necessárias, motivando o desenvolvimento de dois novos softwares, também registrados no INPI: o e-House e o e-Street.
Desenvolvidos pelo professor Alexandre Fonseca Brandão, os dois aplicativos de realidade virtual para smartphones são promissores. O e-Street permite ao usuário explorar virtualmente um ambiente urbano e situações, como atravessar ruas. Já o e-House possibilita que o indivíduo “caminhe” pela área externa de uma casa para treinar prevenção de quedas durante a simulação de subida e descida de escadas.
Foram realizados testes também em pacientes com acidente vascular cerebral (AVC) do Hospital de Clínicas da Unicamp, de janeiro de 2017 até fevereiro de 2018.
Os voluntários foram submetidos à terapia convencional associada à realidade virtual, o que motivou o início do estudo em interfaces cérebro-máquina. Também a partir dos testes clínicos, houve a motivação para o desenvolvimento de um novo programa para a utilização da terapia em espelho, no qual se utilizou um eletromiógrafo portátil, para se reconhecer os movimentos dos membros superiores e, assim, controlar um avatar virtual.
A iniciativa concorreu ao Prêmio Péter Murányi 2019, edição Ciência & Tecnologia.
*Esse artigo foi revisado pela equipe médica da PEBMED
Referência bibliográfica:
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