Residentes passam mais tempo com computadores do que com pacientes

Pouca evidência atual documenta como os residentes gastam seu tempo no trabalho, principalmente em relação às horas gastas no atendimento direto ao doente.

Pouca evidência atual documenta como os residentes gastam seu tempo no trabalho, principalmente em relação às horas gastas no atendimento direto ao doente. Um novo estudo suíço revelou que os residentes de clínica médica do país passam quase a metade do seu dia longe dos pacientes. Essa realidade é muito próxima da que observamos no Brasil.

Para investigar essa questão, pesquisadores acompanharam 36 residentes de clínica médica na sua rotina em um hospital, por um total de 696,7 horas. Eles registraram suas atividades, categorizando-as como diretamente relacionadas aos pacientes, indiretamente relacionadas aos pacientes, comunicação, acadêmicas, tarefas não-médicas e handoffs.

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As atividades indiretamente relacionadas aos pacientes (preenchimento de prontuários eletrônicos, handoffs, etc) representaram 52,4% do tempo de trabalho e as diretamente relacionadas (procedimentos clínicos, admissões, etc) representaram apenas 28%. Os residentes gastaram uma média de 1,7 horas com os pacientes, 5,2 horas usando computadores e 13 minutos fazendo ambos.

Esses achados se aproximam bastante da realidade do residente aqui no Brasil, que segue o médico por toda a sua vida profissional. Outro estudo publicado no Annals of Internal Medicine mostrou que, para cada hora gasta com um paciente, o médico leva duas horas preenchendo registros e documentações. Com isso, 49% das horas são gastas em papelada, enquanto apenas 27% é gasto diretamente com os pacientes.

Recentemente, Ministério da Saúde definiu que todos os municípios do Brasil teriam que implantar o prontuário eletrônico nos hospitais públicos. Um dos argumentos mais fortes é a agilidade que a tecnologia pode conferir ao profissional. No entanto, em estudos realizados em países onde o prontuário eletrônico já é bem estabelecido, os resultados mostram que os médicos continuam a perder cada vez mais tempo de interação com o paciente.

Os autores do estudo suíço sugerem algumas intervenções para melhorar a alocação do tempo dos residentes:

  • aumento do número de residentes por paciente
  • delegar as tarefas administrativas
  • otimizar o suporte à documentação e redefinir seus procedimentos

Referências:

  • Allocation of Internal Medicine Resident Time in a Swiss Hospital: A Time and Motion Study of Day and Evening Shifts. Published: Ann Intern Med. 2017. DOI: 10.7326/M16-2238

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