Resultados preocupantes em relação à segurança do tofacitinibe são publicados

O uso de inibidores da Janus quinase (JAK), como o tofacitinibe, têm crescido muito no tratamento das doenças reumáticas imunomediadas.

Como vocês podem perceber pelas postagens anteriores, o uso de inibidores da Janus quinase (JAK) têm crescido muito no tratamento das doenças reumáticas imunomediadas, especialmente na artrite reumatoide. No entanto, alguns estudos recentes sugeriram que os inibidores da JAK poderiam estar relacionados à ocorrência de eventos tromboembólicos, o que alarmou a comunidade científica. Recentemente, a Pfizer realizou a divulgação parcial de alguns dados de segurança a longo prazo do tofacitinibe, que foram coletados após o início de sua comercialização (post marketing), em seu site oficial.

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Segurança do tofacitinibe

Estudo ORAL Surveillance

O estudo ORAL Surveillance é um ensaio clínico randomizado de fase 3B/4 que foi desenvolvido para avaliar a segurança do uso de tofacitinibe em comparação com os anti-TNF adalimumabe e etanercepte. Seu identificador de registro no clinicaltrials.gov é o NCT02092467.

Os desfechos primários de não inferioridade analisados foram a incidência de malignidades (excluídas as neoplasias de pele não melanoma) e de eventos cardiovasculares maiores em um período de 5 anos. Diversos outros eventos adversos foram analisados como desfechos secundários.

A população avaliada foi a de pacientes com artrite reumatoide (AR) moderada a grave e idade maior ou igual a 50 anos. Os pacientes deveriam apresentar pelo menos um fator de risco cardiovascular e não apresentar bom controle da AR com metotrexato.

Resultados parciais

Os resultados parciais foram disponibilizados no site da própria Pfizer, empresa que fabrica o tofacitinibe (Xeljanz®). Eles ainda não foram totalmente analisados e publicados em periódico.

O estudo incluiu 4.362 pacientes, sendo que 1.455 fizeram uso de tofacitinibe 5 mg 12/12 horas (5.166,32 pacientes-ano), 1.456 de tofacitinibe 10 mg de 12/12 horas (4.871,96 pacientes-ano) e 1.451 de anti-TNF (5.045,27 pacientes-ano).

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Foram descritos 135 eventos cardiovasculares maiores (principalmente infarto agudo do miocárdio) e 164 casos de malignidades. Com relação aos eventos cardiovasculares, o tofacitinibe não atingiu aos critérios de não inferioridade, quando comparado com os anti-TNF, com RR de 1,33 (IC95% 0,91-1,94). O mesmo ocorreu com os casos de malignidade, com RR de 1,48 (IC95% 1,04-2,09).

Comentários

Esses dados colocam em xeque a segurança do tofacitinibe em pacientes acima de 50 anos, com AR moderada a grave e com fatores de risco cardiovascular. Nesse subgrupo específico de pacientes, devemos ter cuidado ao indicar essa medicação, uma vez que ela não se mostrou não-inferior aos anti-TNF. Vamos ficar atentos à publicação final dos dados.

Referências bibliográficas:

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