Risco associado à cirurgia após intervenção coronária percutânea com stents farmacológicos

A intervenção coronária percutânea é um método estabelecido e utilizado com frequência na revascularização do miocárdio em portadores da DAC.

A intervenção coronária percutânea é um método estabelecido e utilizado com frequência na revascularização do miocárdio em portadores da doença arterial coronariana.

Os stents coronarianos tornaram-se o método percutâneo de escolha preferencial, devido a maior segurança do procedimento e diminuição das taxas de reestenose. A implantação de stents farmacológicos (DES, drug-eluting stents) tornou-se o padrão de atendimento em pacientes submetidos à intervenção coronária percutânea.

A realização de cirurgia nos primeiros seis meses após a intervenção coronária percutânea com stents farmacológicos está associada com risco aumentado de eventos adversos em comparação à cirurgia realizada após esse período. Dessa forma, diretrizes recomendam o adiamento da cirurgia por pelo menos 6 meses após a realização de intervenção coronária percutânea com stents farmacológicos.

Um estudo conduzido por Egholm e colaboradores foi realizado para avaliar o risco cirúrgico associado à intervenção coronária percutânea com stents farmacológicos versus pacientes sem cardiopatia isquêmica.

Entre 2005 e 2012, foram avaliados 4.303 pacientes que realizaram intervenção coronária percutânea com stents farmacológicos e 20.232 pacientes, considerados do grupo controle, sem cardiopatia isquêmica. Todos os pacientes foram submetidos a procedimentos cirúrgicos semelhantes. Os desfechos de interesse avaliados foram infarto do miocárdio, morte cardíaca e mortalidade por todas as causas dentro de 30 dias após a cirurgia.

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A cirurgia no grupo de pacientes que realizou intervenção coronária percutânea com stents farmacológicos foi associada a um aumento de risco de infarto do miocárdio (1,6% vs. 0,2%; odds ratio [OR]: 4,82; intervalo de confiança [IC] 95%: 3,25 a 7,16) e morte cardíaca (1,0% vs. 0,2%; OR: 5,87; IC 95%: 3,60 a 9,58). Para mortalidade por todas as causas esse aumento não foi observado (3,1% vs. 2,7%; OR: 1,12; IC 95%: 0,91 a 1,38). Em relação a avaliação do tempo de intervenção coronária percutânea para a cirurgia, apenas a cirurgia dentro do primeiro mês foi associada com aumento significativo do risco de eventos.

Dessa forma, pacientes que necessitaram de cirurgia dentro de 12 meses após intervenção coronária percutânea com stents farmacológicos apresentaram risco aumentado de infarto do miocárdio e morte cardíaca em comparação com pacientes sem cardiopatia isquêmica. O risco aumentado foi observado somente no primeiro mês após a intervenção coronariana, sugerindo que a cirurgia pode ser realizada antes do período recomendado atualmente.

Referências:

  • Egholm G, Kristensen SD, Thim T, Olesen KKW, Madsen M, Jensen SE, et al. Risk Associated With Surgery Within 12 Months After Coronary Drug-Eluting Stent Implantation. J Am Coll Cardiol [Internet]. 2016;68(24):2038–47.

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