Risco de sangramento com dabigatrana aumenta com uso de sinvastatina e lovastatina

Estudo aponta a relação entre uso conjunto de dabigatrana e sinvastatina em pacientes com FA com aumento no risco de sangramento.

Novo estudo publicado no Canadian Medical Association Journal aponta a relação entre uso conjunto de dabigatrana e sinvastatina ou lovastatina em pacientes com fibrilação atrial com aumento no risco de sangramento.

medicamentos variados, incluindo dabigatrana e sinvastatina

Uso de dabigatrana mais sinvastatina e lovastatina

 

Segundo o estudo, pacientes com fibrilação atrial em anticoagulação com dabigatrana e em uso de alguma das duas estatinas apresentam um risco relativo 40% maior de sangramento importante quando comparados a pacientes de perfil semelhante, porém em uso de outros medicamentos da mesma classe (atorvastatina, rosuvastatina, fluvastatina e pravastatina). Vale destacar que o mesmo não foi observado quanto ao risco de acidente vascular encefálico ou ataque isquêmico transitório, em que não foi demonstrada diferença estatisticamente relevante.

Embora o risco absoluto de sangramento ainda seja muito pequeno, o estudo informa uma potencial interação medicamentosa ainda não relatada e estudada na literatura e que, devido ao comum uso de sinvastatina e lovastatina na prática clínica, especialmente em pacientes em anticoagulação, pode apresentar real impacto em eventos hemorrágicos associados ao anticoagulante.

Veja também: ‘Estatinas: os benefícios são maiores que os riscos?’

O uso concomitante de dabigatrana com estas drogas deve ser desencorajado, sendo aconselhável optar por outra estatina, visto que é inegável o benefício da droga na prevenção cardiovascular, cerebrovascular e no tratamento da dislipidemia.

O artigo ainda postula o potencial mecanismo de interação entre os medicamentos, estudos in vitro indicaram que a sinvastatina e a lovastatina são potentes inibidores da P-glicoproteína intestinal, aumentando a exposição sistêmica da dabigatrana. O que mais espanta é esta interação ter sido revelada apenas 7 anos após a liberação do medicamento no mercado.

Para levar para casa

A mensagem que deve ser mantida é de que, diante da associação descrita, o médico deve evitar a prescrição destas drogas em conjunto, optando por alternativas seguras, que, no caso das estatinas, correspondem à prescrição de outras estatinas como a atorvastatina e a rosuvastatina, que, além de serem drogas com melhor perfil de segurança, são consideradas mais potentes.

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Referências Bibliográficas:

  • Antoniou T, Macdonald EM, Yao Z, et al. Association between statin use and ischemic stroke or major hemorrhage in patients taking dabigatran for atrial fibrillation. CMAJ 2016; DOI:10.1503/cmaj.160303.

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