Ruptura prematura de membranas em gestações a termo deve ser feita após 24 ou 48 horas?

A ruptura prematura de membranas (RPM) consiste na ruptura das membranas corioamnióticas antes do trabalho de parto.

Uma de suas principais complicações da ruptura prematura de membranas (RPM) são as infecções obstétricas, como a corioamnionite e a endometrite.

Com a ocorrência da RPM na gestação a termo e visando diminuir o risco de infecção, a maioria dos protocolos indicam resolução da gestação (indução do trabalho de parto).

No caso de mulheres com uma cesárea prévia, a indução do trabalho de parto aumenta o risco de rotura uterina e da própria falha, levando essa gestação para uma nova cesariana.

Diante de casos específicos, adotar a conduta expectante pode diminuir os riscos de falha de indução e rotura uterina, proporcionando às mulheres com RPM e cesariana anterior a um trabalho de parto espontâneo, com um desfecho via vaginal.

Ruptura prematura de membranas em gestações a termo deve ser feita após 24 ou 48 horas

O estudo

O artigo usado para esse texto objetivou analisar o manejo ou conduta expectante de 24 horas ou 48 horas para mulheres com RPM primigestas ou com uma cesariana prévia.

O trabalho foi um estudo de coorte retrospectivo, desenvolvido em um centro hospitalar terciário de Israel, com dados de 2006 a 2017. Esse centro hospitalar é dividido em dois centros de atenção, os quais apresentam as mesmas condutas diante de RPM, exceto pelo tempo oferecido de conduta expectante para gestantes a termo (24 ou 48 horas).

Métodos

O desfecho primário que avaliou o sucesso de obter um trabalho de parto espontâneo diante da diferença de horas aguardadas foi a taxa de ocitocina usada. Enquanto os desfechos secundários estavam relacionados aos desfechos desfavoráveis maternos e fetais, incluindo infecção.

Leia também: Associação entre a espessura do segmento uterino entre 18 e 22 semanas e o risco de parto pré-termo

Foram analisados dados de 158 mulheres divididas nos dois centros de atenção. As variáveis demográficas dessas mulheres eram semelhantes entre os dois centros. A taxa de ocitocina foi maior com a conduta de 24 horas expectante (46,6% Vs. 26,0%, P=0,01), enquanto o tempo de latência entre RPM e o parto foi maior na conduta de 48 horas (média de 35,59 horas versus 26,82 horas, P=0,03).

As taxas de rotura uterina, coriomanionite, hemorragia puerperal e escores de Apgar foram similares entre os grupos. A taxa de sucesso de parto via vaginal após cesárea prévia também foi semelhante entre os grupos (84,0% Vs. 84,5%, P=0,96). Os parâmetros associados com a falha desses casos foram: rotura uterina, recorrente hospitalização materna, baixos índices de Apgar, desordens hipertensivas e corioamnionite.

Mensagem prática

Esse estudo conclui e sinaliza que o manejo expectante da ruptura prematura de membranas (RPM) em gestações a termo pode ser uma estratégia para diminuir a indução do trabalho de parto e, quando comparada a uma espera de 24 horas, a espera de 48 horas diminui as taxas de indução sem aumentar os desfechos desfavoráveis.

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Referências bibliográficas: Ícone de seta para baixo
  • Daoud-Sabag L, Rottenstreich A, Levitt L, Porat S. 24 vs. 48 hours of expectant management in the setting of premature rupture of membranes at term among women with a prior cesarean delivery. Int J Gynecol Obstet. Accepted Author Manuscript. 2022. DOI: 10.1002/ijgo.14398