Sangue e mamografia são os exames mais adiados durante a pandemia

Não é novidade para ninguém que inúmeras consultas, cirurgias eletivas, procedimentos e exames foram adiados durante a pandemia da Covid-19.

Não é novidade para ninguém que inúmeras consultas, cirurgias eletivas, exames e procedimentos foram adiados durante a pandemia da Covid-19, seja por medo dos pacientes ou pela dificuldade de encontrar equipes médicas e leitos disponíveis. 

Contudo, uma pesquisa conseguiu revelar um pouco mais deste cenário de tantas postergações. Segundo dados coletados pela Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial (SBPC/ML) e a Câmara Brasileira de Diagnóstico Laboratorial (CBDL), 43% dos entrevistados reduziram suas consultas médicas. Já 55% conseguiram manter sua frequência regular de visitas a médicos. 

Somente 2% passaram a se consultar mais, atribuindo esse aumento a três motivos específicos: sintomas de ansiedade, agravamento do quadro de diabetes e para acompanhar exames ou procedimentos de saúde em andamento. 

Quanto à quantidade de exames laboratoriais realizados: 58% adiaram ou fizeram com menor regularidade. Apenas 1% aumentou essa frequência e 41% não alteraram a rotina de cuidados.   

Considerando a realização de exames laboratoriais, os mais adiados ou realizados em menor regularidade foram: sangue (30%), mamografia (27%), preventivo de colo de útero e urina (24%) e eletrocardiograma (23%). Os exames que tiveram sua rotina de realização menos alterada foram: raio x (91%), ressonância magnética (90%) e tomografia computadorizada (90%). 

Dos procedimentos adiados ou sofreram algum tipo de alteração na sua frequência por aconselhamento médico foram: ressonância magnética (57%) e tomografia computadorizada (57%). Já os que tiveram a decisão do próprio paciente, destacam-se: raio x (100%), fezes (77%) e mamografia (72%). 

exames adiados

Controle da doença 

Em relação ao controle da doença, é clara a percepção de que esse controle está sofrendo muitas alterações. Antes da pandemia, 95% afirmavam que estava totalmente controlada (55%) ou um pouco controlada (40%). E agora esse índice caiu para 80%: 41% que está totalmente controlada e 40% está um pouco controlada. 

Já 20% acham que está totalmente descontrolada (2%) ou um pouco descontrolada (18%). Antes da pandemia somavam 5% os que pensavam desta forma. O estresse e a ansiedade gerados pela preocupação e incerteza dos rumos da pandemia foram as principais causas deste descontrole. 

“Algumas consequências já foram observadas ao longo dos meses, com pacientes chegando aos hospitais com quadros avançados de infarto, acidente vascular cerebral, processos infecciosos ou até mesmo vindo a óbito em casa. Outra parcela deixou de monitorar por um período de meses suas doenças crônicas e outros receberão cuidados apenas quando a pandemia acabar – visto que ainda continuam reclusos”, comentou o presidente da SBPC/ML, Carlos Eduardo dos Santos Ferreira. 

Como foi realizada a pesquisa?

Foram entrevistadas 200 pessoas, em São Paulo e Rio de Janeiro, entre os dias 28 de março e 7 de abril de 2021. Mas o resultado só foi divulgado recentemente. 

Sobre os entrevistados desta pesquisa, pode-se dizer que 53% são homens e 47% mulheres, com idade média de 46 anos. Quase a metade (49%) possui apenas ensino médio completo e 32% graduação completa. Já 59% são de classe C, 16% de classes D/E e outros 26% são de classes A/B. 

Cerca de 65% dos entrevistados têm algum plano ou seguro de saúde. Esse índice aumenta entre as classes A/B (82%). Quase 35% não possuem e são, principalmente, das classes D/E (61%). 

É importante destacar que seis em cada sete voluntários (ou 86%) apresentam alguma das nove doenças questionadas: diabetes (33%), cardiovascular (26%), tireoide e gástrica (iguais 12%), renal (8%), neurológica (7%), câncer (6%), reumática (6%) e AIDS (1%). Apenas 14% não possuem nenhuma delas. Em média, os entrevistados convivem com suas enfermidades há nove anos. 

“O reflexo da Covid-19 na saúde dos brasileiros somente será realmente percebida ao longo dos próximos anos, causando um impacto inevitável, principalmente no caso das doenças crônicas que necessitam de constante monitoramento.”, ressaltou o presidente executivo da CBDL, Carlos Eduardo Gouvêa. 

*Esse artigo foi revisado pela equipe médica da PEBMED 

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