Saúde mental de 53% dos brasileiros piorou entre 2020 e 2021, aponta estudo

Mais de 50% dos brasileiros afirmaram que sua saúde mental piorou desde o início da pandemia, um índice superior à média de 30 países.

Mais de 50% dos brasileiros afirmaram que sua saúde emocional e mental piorou desde o início da pandemia, um índice superior à média dos 30 países pesquisados pelo Instituto Ipsos, que entrevistou 21 mil pessoas (sendo 1 mil delas no Brasil) de 16 a 74 anos, de forma online. O levantamento foi encomendado pelo Fórum Econômico Mundial.  

Cerca de 53% dos brasileiros declararam que seu bem-estar mental piorou entre 2020 e 202, índice somente maior em quatro países: Itália (54%), Hungria (56%), Chile (56%) e Turquia (61%). 

“Já havíamos percebido isso em outra pesquisa global que fizemos em março de 2020, quando 41% dos brasileiros disseram ter sintomas como ansiedade, insônia ou depressão já por consequência da pandemia”, disse a gerente de pesquisas digitais do Ipsos, Helena Junqueira, em entrevista à BBC News Brasil. 

Além dos 53% dos entrevistados que tiveram sua saúde mental piorar, um terço (34%) afirmou que esse aspecto mudou pouco no último ano, e 13% sentiram melhora no bem-estar emocional. 

Ao serem questionados sobre quando esperavam voltar à normalidade como era antes da pandemia, metade dos entrevistados disse esperar que isso aconteça ao longo deste ano. Já 35% acreditam que isso vai levar ainda mais tempo. Em média, 45% da população dos países entrevistados esperam voltar à normalidade neste ano, e 41% acham que vai ser necessário mais tempo. 

Saúde mental

Brasileiros são os que mais se preocupam com bem-estar mental 

Três em cada quatro brasileiros (75%) afirmam pensar muito em seu próprio bem-estar mental, de acordo com a pesquisa World Mental Health Day 2021, realizada pela Ipsos com a participação de 30 países. 

O levantamento revelou que nós somos a nação que mais se preocupa com o assunto em relação aos demais países.  Logo atrás vêm os sul-africanos (73%) e os peruanos (71%). Por outro lado, os chineses (26%), sul-coreanos (31%) e russos (33%) demonstraram pensar menos no tema. A média global é de 53%. 

“A preocupação dos brasileiros pode ser vista como um reflexo da alta incidência de transtornos de saúde mental no país. Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostram que somos o país mais ansioso do mundo e o mais deprimido da América Latina. E a pandemia agrava esse cenário, trazendo um aumento no número de casos”, analisou Helena Junqueira.

Leia também: Pesquisa alerta para altos níveis de depressão e pensamentos suicidas entre trabalhadores de saúde da América Latina

Bem-estar físico 

Com relação ao bem-estar físico, 74% dos brasileiros responderam pensar sobre o assunto. Os que mais se preocupam são os sul-africanos (85%), colombianos e peruanos (empatados com 84%), argentinos e mexicanos (empatados com 82%). 

Mais uma vez, os chineses lideram o ranking entre a população que apresenta menor reflexão sobre o tema, com 41%. Já sul-coreanos (48%) e holandeses (52%) ficam na segunda e terceira posições, respectivamente. Globalmente, a média de pessoas que dizem pensar muito na própria saúde física é de 68%. 

“Os brasileiros estão cada vez mais conscientes em relação à importância da saúde mental, que é um tema ainda ligado a preconceito e falta de informação, mas temos observado essas questões sendo trazidas à tona pela mídia e pelas redes sociais. Falar sobre o assunto e divulgar informações confiáveis é fundamental para que a saúde mental deixe de ser um tabu”, finalizou a especialista. 

A pesquisa foi realizada com 21.513 pessoas com idade entre 16 e 74 anos em 30 países.

*Esse artigo foi revisado pela equipe médica da PEBMED 

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