Sepse: atraso no início de cristaloide está associado com maior mortalidade

Em artigo do Critical Care Medicine, pesquisadores avaliaram a associação entre o tempo para início do cristaloide e mortalidade hospitalar, ventilação mecânica, internação e permanência na UTI.

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Em artigo recente do Critical Care Medicine, pesquisadores avaliaram os padrões da ressuscitação precoce com solução cristaloide em pacientes com sepse e choque séptico para determinar a associação entre o tempo para início do cristaloide e mortalidade hospitalar, ventilação mecânica, internação na UTI e duração da permanência.

Nesse estudo observacional de coorte, os autores avaliaram 11.182 pacientes com sepse grave e choque séptico de uma base de dados nacional. A exposição primária analisada foi a iniciação do cristaloide dentro de 30 minutos ou menos, 31 a 120 minutos ou mais de 120 minutos a partir da identificação da sepse.

A iniciação do cristaloide foi mais rápida em pacientes do departamento de emergência (β: -141 min; IC: -159 a -125; p <0,001), com hipotensão basal (β: -39 min; IC: -48 a -32; p <0,001), febre e infecção urinária ou na pele. A iniciação foi mais lenta em doentes com insuficiência cardíaca (β: 20 min; IC: 14 – 25; p <0,001) e insuficiência renal (β: 16 min; IC: 10 – 22; p <0,001).

No total, a relação entre tempo de início da ressuscitação com cristaloide e mortalidade foi:

Nº de pacientes Tempo p/ início do cristaloide Taxa de mortalidade
5.336 (48%) 30 minutos 949 (17,8%)
2.388 (21%) 31 a 120 minutos 446 (18,7%)
3.458 (31%) > 120 minutos 846 (24,5%)

Comparado com mais de 120 minutos, o odds ratio ajustado para mortalidade foi de 0,76 (IC: 0,64 – 0,90; p = 0,002) para 30 minutos ou menos e 0,76 (IC: 0,62 – 0,92; p = 0,004) para 31 a 120 minutos. Quando avaliados de forma contínua, as probabilidades de mortalidade aumentaram 1,09 com cada hora a mais para começo do cristaloide (IC: 1,03 – 1,16; p = 0,002). Foram observados padrões semelhantes para ventilação mecânica, internação na UTI e duração da permanência.

Com base nesses achados, os pesquisadores concluíram que a ressuscitação precoce com cristaloide foi iniciada significativamente mais tarde nos pacientes com insuficiência cardíaca e insuficiência renal, com ausência de febre ou hipotensão e na sepse apresentando internação. O tempo da iniciação do cristaloide foi associado à diminuição da mortalidade. Comorbidades e gravidade não modificaram esse efeito.

Veja também nossa revisão sobre como diagnosticar e tratar a sepse em 2017!

*Esse artigo foi revisado pela equipe médica da PEBMED

Referências:

  • Patterns and Outcomes Associated With Timeliness of Initial Crystalloid Resuscitation in a Prospective Sepsis and Septic Shock Cohort. Critical Care Medicine: October 2017 – Volume 45 – Issue 10 – p 1596–1606. DOI: 10.1097/CCM.0000000000002574

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